Exposição Distrital Columbofilia ACD Évora – Colóquio

Fim de semana, de 6 e 7 de Janeiro de 2018, foi a altura escolhida pela direção da ACD Évora para a realização da sua festa anual. Este ano contou com 3 momentos diferentes: Exposição Distrital, Colóquio Columbófilo e Gala de entrega de Prémios referente à campanha de 2017. Este artigo publicado hoje no Columbofilia Online incidirá sobre a Exposição distrital, os vencedores nas várias classes e categorias e sobre o colóquio que contou com uma mesa de oradores ao mais alto nível já habituados a estas lides. À esquerda na próxima fotografia podemos ver o actual presidente da Associação Domingos Passinhas e seguindo a ordem para a direita: Dr. José Luís, veterinário da FPC, Dr. David Barros Madeira, vice presidente da FPC, columbófilo reconhecido nacional e internacionalmente, e o Capitão Garrido, metrologista da FPC. Na plateia estava um naipe de excelentes columbofilos e columbicultores, alias como é habito neste tipo de eventos. Não nos cansamos de dizer que normalmente, quem observamos no topo das classificações são os mesmo que vemos nos locais de partilha e aquisição de conhecimentos. Pessoalmente aprendi algumas coisas que adaptadas ao pensamento e rotinas da casa, serão uma mais valia na condução da ainda jovem colónia a ser construída em Fernão Ferro. Normalmente o autor não sente o impulso de tomar a palavra em colóquios e já o fez em alturas que sentiu que havia necessidade de uma intervenção cirúrgica de ajuda a algum orador menos habituado ao palco, mas  desta vez foi diferente, debateu se durante algum tempo o tema da condição física e sendo a praia do autor, quase que foi desta…mas estávamos apenas ali para reportar o evento.

Domingos Passinhas abriu as hostes e deu a palavra ao dr José Luís que se debruçou na preparação sanitária de uma colónia no inicio de uma campanha. Identificou os principais problemas que normalmente surgem nesta altura do ano, muitas vezes resultado do numero excessivo de atletas que temos em cada secção e aconselhou cada columbófilo pelo menos uma vez por ano , preferencialmente nesta altura a analisar as feses dos seus pombos num veterinário. No caso de fazer tratamentos ás cegas, pois há que fazer minimamente, desparasitação, coccidiose, salmonelas, vias respiratórias e vacinar, vacinar, vacinar. No caso das vacinações a sua execução é sempre positiva, já que potenciam o organismo do pombo a reagir cada vez melhor aos agentes patogénicos, melhoram a sua resposta ás enfermidade, a saúde e a sua condição\forma. Relativamente às salmonelas a opinião na mesa foi unânime que se devia vacinar, sendo que a falta de vacinas homologadas em Portugal, gerou algumas intervenções por parte do público. Quanto aos tratamentos em geral com antibióticos ficaram dois alertas, um relativamente ao seu abuso e uso indiscriminado. Cada vez que fazemos estas substancias estamos a matar bactérias no intestino, as más mas também as boas, aquelas que lá estão para manter o equilíbrio e a saúde, cuidado à posteriori em repor essa flora intestinal de cada vez que as destruímos e depois ter atenção ás doses de todas as substâncias que administramos, quer em excesso na altura do verão e em sub dosagem na altura do inverno, altura que os pombos quase não ingerem líquidos. Os antibióticos por exemplo, vêm com a dosagem preparados para 1 litro 20 pombos e sabemos que nesta altura não o bebem, logo estamos a introduzir doses inferiores ás necessárias para que o resultado pretendido seja alcançado.

A segunda intervenção da tarde foi do Dr. Barros Madeira que vinha preparado para revelar a forma como prepara a sua colónia para enfrentar a campanha desportiva. Partiu logo de um principio que  os procedimentos são iguais para toda a equipa, no entanto, parte da mesma, começa a preparação e  intensificação física mais cedo, para abordar com este grupo o primeiro terço do campeonato, altura em que a segunda parte da equipa atinge o pico de forma e entra na competição. No final de cada campanha vacina logo para a Newcastle, e entram na muda, altura mais tranquilo quanto a tratamentos que apenas são realizados em caso de enfermidade. Terminada esta fase consulta o veterinário, por norma faz 5 dias de tratamento com Ronidazol às tricomonas e vacina para as salmonelas. Quanto às vias respiratórias, poderá tratar ou não, consoante a analise que faça ao voo dos bandos. Os borrachos são revacinados para a Newcastle. Entram então na fase de aquisição de endurance, aumentando o volume de treino progressivamente, até que chegam à fase de condicionamento, assim chamado pelo palestrante, na qual durante 2 semanas a alimentação é reduzida e os pombos são treinados nesta altura exclusivamente para perceberem que quando ouvem o apito têm de entrar rapidamente, depois deste condicionamento tudo volta ao normal com comedor mais generoso, como afirmou, e o volume de carga continua a aumentar até à chegada da intensificação. Chegada a campanha propriamente dita, e depois de experimentar dentro da família inúmeros métodos, já vindos da altura de se pai, presentemente os viúvos estão abertos durante o dia dentro do pombal, voam bi-diário e são acondicionados nos ninhos à noite, por forma a ser feita uma analise no outro dia de manhã ao estado das feses individuais. As fêmeas dos viúvos não são encestadas, e os machos das viúvas também não, apenas os recebem na chegada de treinos e concursos.

O Capitão como não podia deixar de ser dedicou a sua intervenção à meteorologia, mas começou por dizer que quem manda nas soltas são as associações, nomeadamente os coordenadores de soltas e os directores desportivos, à excepção de Concursos nacionais que nesse caso tem a intervenção do director desportivo nacional. A federação disponibiliza um serviço de apoio para os intervenientes poderem decidir em consciência do que os pombos vão enfrentar. Depois deste paragrafo e desta vez optou por um discurso menos técnico, deixou alguns conselhos muito direccionados a esta altura do ano que estamos a viver. Quando fazemos os treinos particulares devemos respeitar algumas regras básicas, no inicio do ano nesta fase os pombos revelam algumas dificuldades na orientação, o frio e outras condições próprias do pico do inverno levam a que esta realidade assole alguns pombais ano após ano, a luminosidade é outro factor importante a ter em conta neste treinos que fazemos, já que é um dos principais factores que podem levar a uma catástrofe, outro factor importante e não sendo cientifico mas sim empírico, e a experiência de muitos anos assim o diz, o estado de espírito dos pombos, é um indicador de ser um boa altura para soltar, um dia bom ou não. O pombo não arrulha?… o pombo esta apático nas caixas?… não é bom sinal , para soltar nesse momento…muitas vezes é suficiente esperar algum tempo, a temperatura sobe e tudo corre bem. Depois deixou também um alerta que muitas vezes não temos os pombos suficientemente voados para enfrentarem varias horas de voo o que conduz a muitas percas, vamos soltar ali a 10 km, eles em previsão vão demorar 15 minutos e quando se cruzam com outros pombos? a volta é maior e depois falta a asa para regressar e perdem se bons pombos porque não têm capacidade física, não por falta de skills de orientação.

Eram cerca das 19.15 quando se deram por encerrados os trabalhos na sala, não sem antes o presidente da FPC deixar algumas palavras e algumas explicações a todos os presentes. A plateia e convidados foram então encaminhados, numa tarde de muito frio para o salão B do Parque de Feiras Exposições Eng. André de Brito.

As entidade oficiais locais já ai se encontravam para a cerimonia de inauguração da Exposição Distrital: ao centro o amigo Cravo, presidente da SC Rainha Santa Isabel explicava ao presidente da Assembleia geral do Município de Estremoz, o sr. Nuno Rato as várias categorias e classes que estavam envolvidas na competição. Estiveram também presentes a vereadora da cultura a Dr. Marcia Oliveira, a vereadora do desporto a Dr. Sílvia Dias, e o presidente da União de freguesias Estremoz, Dr. José Maria.

A equipa de juízes:

Madeira , Henrique , Félix, Roberto Santos e Júlio Morais, coordenados por José Maria Gonçalves Maria, director Nacional conselho Standart.

Pavilhão Do Parque das Feiras e Exposições Eng. André de Brito Tavares

Mesa de troféus Exposição Distrital da campanha 2017

José Miguens

1º prémio Sport Absoluto

Voadores Da Farrapa

1º Prémio Sport Velocidade

Fernando Fernandes

1º Prémio Sport Fundo

Vítor Martelo

2º Prémio Sport Fundo

José Carlos Mocho & Hugo Cruz

3º Prémio Sport Fundo

NR Sad

1º Prémio Sport Yearlings

Asas de Estremoz “ST”

Classe Standart

1º e 2º Prémio Machos Olímpicos

1º e 2º  Fêmeas Olímpicas

1º,2º e 3º Prémios Machos Livres

1º,2º e 3º Fêmeas Livres

1º Borrachos machos

João Tavares

1º Prémio Standart – Borrachos Fêmeas

Entre o termino do colóquio a abertura da Exposição distrital e enquanto as autoridades visitaram os vencedores nas várias classes e categorias, decorreu em paralelo um lanche no qual todos os presentes puderam alimentar amizades, conversar e confraternizar, enquanto esperavam pela hora do jantar e pela Gala de entrega de prémios. Essa matéria será tratada em breve aqui também no Columbofilia Online. Nessa altura, e estamos a falar de mais uns dias, o leitor terá à disposição um vídeo completo com todas as fotos da entrega de prémios referentes à campanha desportiva, mas também da entrega dos prémios da Exposição. Entretanto despedimos por agora. Já estamos a preparar essa matéria e em paralelo também a reportagem ao super Campeão da Época 2017, José Carlos Miguens. Fique atento, este vai ser um mês cheio de novidades, muitas reportagens a columbófilos e pombos campeões. Até breve…