José Inácio Bicho Picanço

José Inácio Bicho Picanço, licença Federativa 4632, iniciou a prática columbófila em 1979. Começou a enviar pombos ao cesto no ano de 1980, precisamente no ano que iniciou o serviço militar obrigatório e dai o começo ser de alguma desilusão pois não terminou a campanha. Até aos dias de hoje apenas fez uma outra paragem que foi em 2013. Um homem que dedicou a sua vida à columbofilia,  nas suas várias vertentes e de forma quase ininterrupta.

Frente dos Pombais de Reprodução

Muito mais do que ser columbófilo, foi dirigente, fez  soltas de Pombos em Évora e Lisboa, organizou exposições distritais, foi leiloeiro e na sociedade civil ainda teve tempo de ser politico por forma a conseguir dinamizar e apoiar a columbofilia local. Estando mais perto dos locais de decisão conseguiu que a columbofilia nunca fosse esquecida durante os seus dois mandatos na Assembleia de Freguesia.

Bisneta do casal do Hélder Correia( casal Base) filha da “200”

Para fechar o ramalhete foi ciclista e Bombeiro. Nesta sua passagem conseguiu pertencer ao quadro de honra dos Bombeiros Voluntários de Montemor. Ajudou a combater o fogo de 1986 a 2000. Uma vida multifacetada que está longe de estar fechada, já que é um  homem novo e ainda pode dar muito à modalidade. Nestas paginas vamos apresentar as várias facetas deste senhor columbófilo residente em Montemor o Novo.

Um olhar de cumplicidade com aquela Fêmea…

Títulos 2016 em Vendas Novas

Campeão Geral

Anilha de Ouro Geral

Campeão Fundo

Anilha de Ouro Fundo

Neta do Casal Base

Raul Pais foi sócio na última época de competição do amigo Picanço, e vai concorrer em nome individual na época de 2018. José Picanço fará um interregno. Boa sorte na condução da colónia ao Raul e um regresso rápido ao José.

Foi presidente da colectividade de Montemor desde 1994 até 2012, com uma paragem de 2004 a 2006. Na altura que ganhou as primeiras eleições, a sede da colectividade era num local alugado, encontrou um clube com dividas à associação, havia até o risco de Montemor não poder encestar devido a essa situação. Mas o homem sonha e a obra nasce, até ao ano de 2003 a sua direcção conseguiu pagar a divida e ainda assegurar na altura dos contos, 17 000 escudos para construir uma sede de raiz, comparticipada pela Junta de freguesia e pela Câmara Municipal que cederam o terreno e muitos dos materiais ai empregues. Deixa obra feita em Montemor e a sua marca na historia da modalidade local.

A sua faceta de leiloeiro começou com os leilões locais em Montemor, a sua colectividade, depois a sua estreia fora de portas foi em Monte Trigo, na altura para ajudar a construir também uma nova sede, até que em 2000 fez um leilão na ACD Lisboa a convite do Bizarro. Esse dia foi especial e na altura nem tinha consciência da forma como a sua vida na columbofilia tinha mudado para sempre: No final do dia trouxe um casal de pombos oferecido como paga pelo seu desempenho, a saber: um Eloi e uma Cobut, foram os melhores reprodutores que alguma vez teve, ainda hoje os melhores voadores e reprodutores são descendentes desses pombos, nomeadamente os que atacam o fundo, que é a especialidade que mais o faz vibrar. Quanto a leilões o último foi em Elvas, que foi uma iniciativa solidária em ajuda ao Zé Maria.

Frente dos Pombais de competição

Começa como columbófilo porque tinha um amigo, José Martins Bravo, que era aficionado e um dia desafiou-o a receber alguns dos seus borrachos e experimentar a cuidar deles e  ver se gostava da experiência. O desafio foi aceite e ficou fã. Depois deste primeiro pombal, e com a chegada do casamento mudou os pombos para casa e ai permanecem até aos dias de hoje.

Filho do Casal Base, pai da “200” e Avô da “959” (ambas fotografadas)

Principais pombos que possuiu até aos dias de hoje foram precisamente os filhos e netos do casal base: Eloi X Cobut um casal de Hélder Correia que trouxe de Lisboa. Uma outra referência foi uma fêmea que foi adquirida no Algarve na Exposição Nacional em Tavira no ano de 2000, comprada num stand de um senhor estrangeiro, estes são as referencias nas provas de longa distancia. Na velocidade e meio Fundo teve um macho de Monte Trigo com filhos também muito especiais, do Branco de Évora também teve alguns pombos de categoria e a referenciar ainda um casal Van Loon X Sentinela de Domingos Sousa que lhe foi oferecido.

Pombal dos Borrachos

Pratica um sistema bastante simples: voa com machos e fêmeas, ambos os sexos nos poleiros durante a semana, e no dia do regresso a casa, encontram os companheiros e os ninhos abertos. Não faz treinos em linha durante a semana, nem físicos nem motivacionais. Um sistema que não é muito rigoroso, com o passar dos anos não exige tanto dos seus atletas como o fazia no inicio e está na columbofilia por amor ao Pombo correio, descurando um pouco a pressão das vitorias. Este gosto é generalizado por quase toda a família, esposa e filhas gostam dos pombos, inclusive a sua esposa esteve na sede da colectividade vários anos explorando o bar e sempre lidou com os columbofilos e com a modalidade. Aquando da nossa visita almoçamos em família e tivemos a possibilidade de conversar com todos e na verdade são uma família que vive muito em função das lides columbófilas do patriarca. Um bem aja a todos.

O Columbófilo faz agradecimentos especiais a toda a família que sempre o apoiou, aos amigos que fez por esse país fora e no estrangeiro que fizeram dele um columbófilo melhor, e não se esquece o clube de Vendas Novas que o recebeu de braços abertos para lá ir encestar.

Interior da secção dos Machos adultos

Quanto a títulos em Montemor, já venceu todas as especialidade e o campeonato geral inúmeras vezes, e muitas anilhas de ouro, prata e bronze. Recentemente foi concorrer na terra vizinha, Vendas Novas onde no ano de 2016 se sagrou Campeão geral e ganhou uma mão cheia de troféus. Este ano de 2017 esta a fazer uma paragem, porque a vida assim o obriga , mas ainda conseguiu a cereja no cimo do bolo quando nos Campeonatos de Mira alcançou um brilhante 5º lugar no campeonato dos Campeões

Interior da Secção das Fêmeas adultas

Um dia quando o autor tiver mais umas primaveras por cima, espera sinceramente que possa olhar para traz e dizer que teve um percurso recheado de boas aventuras, muita experiências vivenciadas e uma marca que tenha ficado com a sua passagem pela Terra. É sem duvida o caso do Picanço, que tem feito muito pela modalidade, pela sociedade e pelos columbofilos, se ao longo do percurso agradou a todos, não seria possível, até porque é um homem de convicções e não manda recado por ninguém, diz sempre o que pensa sem tabus ou reticencias. Mas os factos é que fez muito, e deixa a sua marca e sendo homem novo pode e deve continuar a sua contribuição. Esperamos todos que assim seja. Quando aos pombos em si, fiquei muito agradado com aqueles negros, ao fim ao cabo com toda a geração oriunda do casal velho. São pombos muito interessantes que estão a precisar da entrada de algum sangue, jovem que confira alguma vivacidade e rapidez, numa columbofilia que se faz cada vez mais a medias mais altas.

Obrigado a toda a família pela recepção calorosa. Foi um dia muito bem passado que acabou numa tertúlia que não fossem os compromissos, se teria prolongado pela noite dentro. Até breve…