Portugal Campeão do Mundo de Columbofilia 2018

César Timóteo um senhor da Columbofilia Nacional…

Haverá palavras suficientemente fortes para descrever convenientemente este homem que dedicou toda a sua vida à columbofilia?

Caros amigos e leitores, não será noticia dizer que César Timóteo é um dos grandes estandartes da columbofilia nacional, este senhor dispensa apresentações, mas vamos tentar ao longo destas paginas contar um pouco da historia de vida do homem e columbófilo que foi Bancário e que conta hoje em dia com 75 primaveras. Dedicou grandemente os seus esforços ao dirigismo e à columbofilia, teve pombos na sua vida desde os 5 anos de idade e pombos correio desde os 17. Obrigado a si que está a ler estas palavras e muito obrigado ao homem que nos deu esta entrevista, disponibilizando o seu tempo para conversar com o columbofilia Online. Uma vida cheia de projectos e iniciativas que merecem sem sombra de dúvidas ficar registadas para todo o sempre.

Podemos começar de trás para a frente, diz nos o nosso entrevistado que o seu último projecto é precisamente a construção de um Pombal em Santa Catarina, que já esta edificado e o lançamento de uma sociedade com um amigo de longa data, para competirem no Algarve. Em 2020 foi o ano “0” já voaram borrachos e ao que pudemos apurar com excelentes performances. Foram trazidos 20 casais de reprodutores de Lisboa, para os borrachos nasceram já no pombal onde iriam competir e os restantes atletas voadores, oriundos dos casais que estão em Lisboa, curiosamente os melhores até chegaram, da capital… neste pombal Lisboeta ainda residem algumas das figuras ímpares da colónia, damos como exemplo o ultimo grande pombo da equipa: o “Alma Grande”, há 2 anos apenas encheu a 1 ovo, o ano passado nada, e este ano acasalado com uma neta, a 1º postura os ovos estavam vazios e na segunda postura eclodiram 2 borrachos, excelentes noticias.

Passemos a dissertar sobre os grandes pombos e as melhores linhas que passaram pelas mãos mestras de César Timóteo.

Basicamente existem 4 grandes linhas de pombos ao cuidado de César Timóteo, trabalhas em consanguinidade há muitos anos. Os mais antigos são os “Lagoaças”, que são pombos que concentram todos os grandes pombos que o amador teve no seu passado, a saber: os Armindos caracinhas, os Sions, e um pouco de Van Spitel, depois a segunda grande linha os “Janssens”, pombos adquiridos há cerca de 30 anos, após a morte de Alexandre Mendes Gordo, num columbófilo Holandes: Kuizer um grande amador que cultivava pombos de Van Boxel. Hoje em dia a tão falada Van Morsel era filha de uma fêmea do Kuizer. A 3º grande linha os Van Loons, adquiridos primeiramente em 1993 através da Louela que tinham adquirido alguns borrachos diretos deste grande pombal, vieram dai 4 borrachos, mas à chegada quase não entravam no pombal, tamanha tristeza foi abrir aquela caixa, extremamente feios e mal feitos em mão, acabou por desfazer se de um deles e os restantes foram cruzados e oferecidos posteriormente a um amigo… ficou sem os pais mas com 5 borrachos para experimentar, realmente quando começaram a voar eram verdadeiramente espectaculares… depois acabou por recuperar parte desse sangue… depois deste episódio começou a comprar pombos directamente ao Van Loon, ao longo da sua vida comprou mais de 20 exemplares… com uma grande percentagem de bons pombos. A 4º grande linha, os Grondelars, chega a estes pombos com informações de Alexandre Mendes Gordo em 1982, que tinha comprado 2 casais a este prestigiado columbófilo estrangeiro e chamou o César para apreciar os pombos… eram um estrondo, veio a adquirir alguns descendentes destes casais e após a morte deste amigo de Lisboa, voltou a adquirir pombos ao Grondelars, também estes marcaram a sua columbofilia.

Muitos pombos passaram pela sua casa, os favoritos de António Alexandre, teve por exemplo 3 casais de “Armindos caracinhas”, 3 Armindos acasalados com 3 caracinhas…, curiosamente nunca teve nomes sonantes desses casais, no entanto os Armindos Caracinhas que saíram de sua casa, fora muito bons. A nível local e pombos já introduzidos em Portugal ficamos por aqui, mas vindos do estrangeiro a lista é quase interminável… vamos lá esmiuçar esta parte, e tentar explicar a historia dos princípios deste pombos que atravessaram gerações… em 1983 já a irmã do amigo César estava na Bélgica e Alexandre Mendes Gordo tinha grandes conhecimentos lá fora, nomeadamente ali no país berço da columbofilia, conhecia por exemplo muito bem o Gui Vinoi, a quem adquiriu muitos pombos, e teve belíssimos exemplares dele, principalmente cruzados com os Armindos Caracinhas, conhecia muito bem Claerbout Willy que lhe vendeu inúmeros pombos também… e com estes conhecimentos do amigo e um porto de abrigo no país dos pombos correio resolve rumar à Bélgica… visita alguns pombais, nomeadamente o Samaim, pai e filho, a quem adquiriu um pombo dos seus melhores… Beluriê, um belíssimo fundista, de onde vieram também alguns pombos, mas nunca apostou muito nesses e acabaram por ser despachados para o Mendes Gordo, foi a casa do Claerbout e nesse pombal tem uma historia gira: quando entraram nas instalações o proprietário passados os primeiros momentos, perguntou ao César se ele pudesse escolher qual era os que mais gostava… e na realidade escolheu um pedrado de guias Brancas e um azul matizado… “ó homem você escolheu os meus melhores pombos” e recebeu uma palmada nas costas, a visita continuou e acaba por escolher no pombal dos borrachos, 3 deles, uma negra filha do Bourges, uma vermelha Ibrec e um pombo Marc Roosen… vieram importações de peso logo nesse ano… passemos a explicar o seguimento… entretanto já em Portugal um amigo de Santo Estevão pediu lhe um borracho no ano anterior e o césar acasalou essa negra Belga com um Armindo Caracinha e ofereceu ao rapaz uma borracha e ofereceu ainda outro borracho de outro casal… passado pouco tempo outro columbófilo local gostou tanto da borracha oferecida pelo César que a pediu emprestada…e o rapaz emprestou… agarrou nela e acasalou com um pombo matizado que tinha no pombal… tirou 2 filhos, sendo que esses dois borrachos discutiram o melhor pombo da colectividade até ao ultimo concurso… um perdeu-se e o outro ganhou a anilha de ouro… resumindo… com esse casal o individuo foi campeão na Fuseta uma mão cheia de anos… quando este individuo pensa em acabar com os pombos o César… vai ao seu pombal e compra dois filhos do casal, que por sua vez a fêmea tinha saido de sua casa… na altura 100 contos… trouxe os pombos… O César tinha uma pomba em casa ainda da altura da sociedade com o Carlos Rodrigues, uma filha do casal do Santo com a Sofia Louren, essa pomba era conhecida como “invulgar”, extraordinária a voar…perdida em combate e regressada durante o inverno…acasalou com diversos machos e o nosso amigo chegou a comprar machos de propósito para ela…os filhos perdiam-se todos no treinos mais simples e mais perto… isto durante 3 ou 4 anos e nada… quando atira os dois machos, dos 100 contos, o azul de guias brancas acasala se com ela… o destino foi criar borrachos de outros, passaram a ser amas, então a pomba tudo o que reproduzia era lixo, não valia a pena continuar a investir nela… mas acaba por ser o “cabaçola” que ficou a tratar dos pombos enquanto o César foi de ferias que anilhou dois filhos das amas… no regresso das férias o César nem ficou muito satisfeito, ora voltar a anilhar pombos de uma criadora que nada de qualidade tinha produzido… mas já estava…já estava… dois borrachos lindos, cheios de saúde, acabaram por ficar… eram de 1991… no primeiro concurso da campanha seguinte foi encestado um desses que era de guias brancas… ganhou o 119º, na semana seguinte não foi e depois vinham 4 concursos de meio fundo de Lagoaça, e para la foi o azul de guias brancas novamente.. ganhou 1º sem contas… ficou guardado para o ano seguinte… o irmão foi encestado ao ultimo Lagoaça da campanha e ganha um 4º… aproveitou mais um ovo do casal nesse defeso já que o outro estava golo, e foi anilhado com a anilha “300”… em 1992 houve novamente 4 concursos de Lagoaça, o “lagoaça” ganhou 3 deles, e o irmão de segundo ano, ganho outro desses concursos e a borracha irmã deles, a “300” faz 2º lugar… assim nasceram os Lagoaças… vários irmãos entretanto nasceram e se apresentaram a fazer campanhas extraordinárias.

Em 1989, sentia que estava um pouco despido de pombos de fundo e resolve fazer alguma investigação e adquirir novamente pombos lá fora, e desta vez a New Pausen, foram 5 borrachos, 1 filho do Narbone e mais 4, hoje arrepende se do negocio, pois o filho do Narbone custou tanto como os outro 4 e ele ainda acha que devia ter comprado era 2 filhos do Narboni. Estes pombos marcaram também o percurso columbófilo do amador.

Pombos inesquecíveis teve por exemplo “Exterminador”, o primeiro pombo na sua carreira que ganhou 3 x 1º seguidos… foi também um reprodutor extraordinário… o “Axterix”, filho do Narbone Jr, em dois anos ganhou todas as anilhas em duas colectividade, o “Matrix”… e o último foi o “Alma Grande”, este pombo que é filho de um consanguíneo Van Loon, com uma fêmea Janssen X Armindo Caracinha, foi um pombo à parte, irmão do viúvo, também ele um macho espectacular… o casal progenitor destes, deu alguns bons filhos… todos machos porque as fêmeas não voavam bem. O Alma Grande acasalado com uma filha do “Exterminador” deram o Bombeiro e assim descobriu mais um casal de eleição, deram 4 anilhas de ouro e um numero elevado de bons reprodutores. Não ficamos por aqui em grande pombos, em várias visitas à Bélgica… conseguiu fazer introduções de elevado nível, Kuizer, Peter Voulc, Marc Rossen, Grondelars… enfim nunca cultivou pombos que já estavam a voar em Lisboa…tentou sempre andar um passo à frente e adquirir antes dos adversários. Normalmente recebia sempre as revistas, do estrangeiro nas quais eram publicados os melhores resultados e os melhores pombos da actualidade quando algo lhe chamava a atenção corria atrás, caso do Kuizer, carpinteiro precisamente da mesma idade de césar Timóteo, chegava a enviar 2 pombos a um concurso contra 9000 pombos e fazer 1º e 2º…começou a despertar a atenção do nosso entrevistado… escreveu-lhe uma carta que era assim que as coisas funcionavam nesses anos e após longa demora, la veio a resposta que por curiosidade nem foi o próprio a escrever, foi um amigo columbófilo que dominava melhor o Inglês… lá vieram as cartas com as referencias dos 10 ou 12 casais de reprodutores e respectivos preços dos borrachos… desses pombos vieram 6 borrachos assim que o negocio ficou tratado, um de cada casal com interesse e mais um que ficou para o amigo Arlindo da Torre da Marinha. Quando chegaram, foi uma desilusão…de alguns não chegou a tirar nada, caso de um lilas, mas de dois pedrados que vieram, foram só o “Mister Roi” e o “JK 600”, que foram do outro mundo… com estes pombos é fácil… andar para a frente… primeiro foram introduzidos nos “Lagoaças” e de seguida aos “Van Loons”… esta ligação ao kuizer não ficou por aqui, através desse contacto vieram outras linhas de pombos ao longo de alguns anos… caros leitores chegaram a vir filhos dos irmãos da Van Morsel… 11 Pombos Peter Vox.. etc…etc … normalmente não adquiria 1 pombo a um columbófilo, um pombo a outro…adquiria alguns da mesma família e via se entravam bem nos seus pombos, se entrassem… tinha material para seguir durante muito tempo e depois no final dos anos oitenta começou a praticar a consanguinidade e foi mais fácil segurar os bons sangues. O columbófilo tem tirado bons pombos de cruzamentos directos, mas os grandes… grandes reprodutores foram fruto de trabalho na consanguinidade e os melhores directos a reproduzir por norma saiam dos craques de meio fundo…

COMO DIRIGENTE

Na FPC

  De 1981 a 1982 (2) C. Técnico

  De 2010 a 2014 (4) C. Desportivo

  De 2014 a 2018 (4) Delegado ao Congresso

Na Comissão Columbófila Distrito de Lisboa

  De 1977 a 1982 (6) Tesoureiro

Na ACDL

  Desde 2017 C.Fiscal

No C.C.Lusitano

  De 1969 a 1972 (4)  Vogal e Presidente do C. Técnico

  De 1973 a 1975 (3)  Presidente da Direção e Tesoureiro

  1976 (1) Presidente da Assembleia Geral

  De 1977 a 1978 (2)  Presidente C.Fiscal

  2006 (1) Presidente da Direção

  Desde 2019 Presidente da Assembleia Geral

No C.C.Estrela

  De 1979 a 1983 (4) Presidente da Direção e Presidente C.Técnico

  De 1991 a 1993 (3) Tesoureiro

Na S.C.Centro de Portugal

  Presidente da Direção e Tesoureiro em diversos anos

No Grupo de Fundo de Lisboa

  1983 e seguintes Tesoureiro

Na União de Fundo de Lisboa

  Um dos seis sócios fundadores , Vogal da Direção, Presidente e Tesoureiro de 1985 a 1993

Teve varias sociedade, ao longo da sua vida, muitos amigos muitas historias, concorreu em Lisboa e na margem sul, distrito de Setúbal, sempre procurou estar onde estavam os melhores, por exemplo em sociedade com o “Gordinho”que durou 2 campanhas, no primeiro ano voaram em Lisboa e ganharam tudo o que era possível e no segundo ano foram voar à Cova da Piedade, para tentar ganhar a Carlos Cordeiro, considerado pelo nosso amigo César, o maior adversário que alguma vez teve. Chegou a fazer uma sociedade com 5 amigos e no final dessa campanha os amigos acabarem com os pombos e cada um tinha 1\5 dos pombos, o César escolheu os seus e comprou mais 16 pombos aos amigos da parte deles da sociedade, a estes juntaram se alguns de Paulo Franco, muito seu amigo que parou esse ano com os pombos, e emprestou os que terminaram a campanha, foram aduzidos no pombal do césar, vêm a fazer uma campanha espectacular, sagrou se campeão e no final do campeonato devolveu os pombos ao Paulo… dos 11 aduzidos devolveu 9… isto há historias fantásticas na columbofilia… campeão com pombos emprestados.

NA  ÁREA  DESPORTIVA

Campeonatos Nacionais FPC

   1999 Vice-Campeão  de Velocidade*

   2005 7º Campeão Meio-Fundo

Campeonatos Nacionais Mundo Columbófilo

   2005 Campeão de Fundo

   2006 Vice-Campeão  de Meio-Fundo

   2005 4º Campeão Meio-Fundo

Associação Columbófila do Distrito de Setúbal

   1985 Vice-Campeão Distrital

ACDL

  Zona Fundo  – 5×1º (76,79,95,05 e 08) e 3×2º (78,81,09)

  Zona Meio-Fundo –  1×1º (05) e 2×2º (06 e 07)

  Zona Velocidade –  1×1º (09) e 1×2º (08)

  Zona Geral – 1×1º (05)

  Bloco Meio-Fundo  –  2×1º (10 e 18) e 1×2º (19)

  Bloco Velocidade – 1×1º (10) e 3×2º (16,17,19)

Grupo de Fundo Lisboa

   1981 Campeão

União de Fundo de Lisboa

   1985 Campeão*

C.C.Lusitano

   5xCamp (76,86*,05,06,11) e 2xVice-Camp (75,77)

C.C.Estrela

   7xCamp (79,80,81,88,91,92,93) e 3xVice-Camp (78,83,89)

S.C.Centro Portugal

   5xCamp (90,95,99,05,08) e 1xVice Camp (07)

S.C.Alges

  2xCamp (86,94) e 2xVice-Camp(85,89)

S.C.Camarate

  1xCamp (08) e 1xVice-Camp (09)

SCSacavem

  1xCamp (09)

S.C.Palmense

  1xCamp (09)

C.C.Piedense

  2xVice-Camp (85,02)

S.C.Charneca da Caparica

  1xVice-camp (04)

Vitorias também: Tri-clubes (95 e 09),Grupo Regional de Fundo (95),Amigos do Fundo (09)

Campeonatos de especialidade em Coletividades:

Fundo  –  25×1º e 10×2º

Meio-Fundo  – 21×1º e 14×2º

Velocidade – 18 x1º e  16×2º

Cerca  de 250 Primeiros Prémios  a nível de coletividade (confirmados 249)

(*) Rodrigues, Jorges & Timóteo

Lisboa 31 de Dezembro de 2019

Amante do pombo correio desde os 17 anos, os seus princípios foram ligado a José Mendes de Caselas, um dos maiores de sempre no nosso país, e onde César Timóteo adquiriu os primeiros pombos e toda a primeira base, onde toda a sua columbofilia no futuro veio a assentar, não esquecendo a sua grande ligação ao distrito de Setúbal, porque um dos seus pais na columbofilia era dai: Leonel Pereira Costa de Almada, mais conhecido por “Cabaçola”, era um homem diferente, mas percebia muito de pombos e por sinal também desta zona chegaram alguns dos grande fundistas, talvez os melhores que alguma vez teve… vamos a esta historia… com o falecimento de um columbófilo que era campeão no “Piedende”, o Abílio que cultivava os pombos de Agostinho do Monte da Caparica, que voou no inicio dos anos 50 e na altura tinha Sions, Elois e Fabrys, César adquiriu grande parte dos reprodutores do Abilio e por sinal foram um zero a reproduzir na sua casa, mas entretanto os voadores do mesmo columbófilo foram vendidos 1 a 1 em gaiolas numa colectividade também do distrito de Setúbal e a pedido de amigos que queriam adquirir esses pombos lá foi novamente o nosso entrevistado, adquirir para o seu ex sócio e amigo Carlos Rodrigues uma fêmea “Eloi” e para o seu amigo “Caló” , Carlos Viera da Silva, um Sion… e comprou, um pombo lilás prateado para o Caló e uma pomba azul para o Carlos…depois nesse mesmo dia viu numa caixa durante a venda, um pombo lilás , talvez o pombo mais feio que viu até aos dias de hoje, até a carunculas tinham tamanhos diferentes, mas o pombo parecia que estava a pedir para ser comprado, parecia uma intuição…acabou por leva-lo também consigo… por descargo de consciência, apresentou os dois lilás ao “Caló” para ele escolher, e la ficou o feio para traz, a fêmea foi preparada para entregar a Carlos Rodrigues, mas este disse-lhe que apesar de ter sido barata não lhe dava jeito agora gastar esse dinheiro, se ele podia ficar com ela… ok concordaram… entretanto havia uma sociedade de amadores em Alcântara, que voavam no Estrela: Sebastião Sequeira : Necas, que tinham em 4 anos ganho 3 campeonatos Gerais, e César Timóteo tentou adquirir um dos seus lilás que estavam a marcar muito bem, conhecidos por cabecinhas de Martelo, oriundo da colónia de Zé Mendes de Caselas, das linhas da “Heroína”, uma pomba vermelha Fabry… continuando, venderam lhe dois borrachos irmãos lilás de ninho que nunca tinham ganho nada… aconteceu a sorte de acasalar o Lilás feio que veio da venda dos voadores do Abílio, com a pomba Lilás, e o macho lilás com a fêmea que estava preparada para o Carlos Rodrigues… isto foi em 1973… nunca mais… diz nos que jamais teve e jamais terá pombos de fundo tão bons como a 1º geração nascida desses casais…

Gala dos Campeões- Reconhecimento pela ACD Lisboa pela sua dádiva à columbofilia

César Timóteo teve o primeiro pombal em casa da avó, mas ai não tinha grandes condições para voar pombos, entretanto recebeu a informação de um amigo, Joaquim Inácio Belchior que existia a possibilidade de irem para um terraço num prédio de 5 andares na rua Luís de Camões, e em Agosto fazem ai outro pombal com ripas e platex, decorria o ano de 1973, tiraram uns borrachos e concorreram em 1974, nesses primeiros pombos seguiram 2 filhos de cada um dos casais, dos lilás e na realidade foi uma agradável surpresa… só não foram logo campeões de Fundo nesse ano porque no primeiro concurso da especialidade só mandaram 1 desses 4 borrachos, depois mandaram 2 ao segundo concurso, depois 3 e foi sempre até ao fim a somar grandes performances, chegaram a ficar no campeonato de Grande Fundo organizado pela comissão columbófila de Lisboa, no qual contavam os 2 Saragoças a ficar dentro dos 10 primeiros numa altura que a nata da columbofilia lisboeta estava presente. Entretanto teve pombal por cima das pedreiras de Alcântara e ai permaneceu ate praticamente à actualidade, inicialmente foi um lugar que arranjou para os amigos fazerem pombal, mas mais tarde juntou se ao grupo em sociedade. Este pombal foi palco de muitas alegrias mas também algumas tristezas, por exemplo em 2013 ardeu, na parte onde estavam os reprodutores. Este revés, a juntar ao falecimento do homem que o ajudava nos pombos e juntando ao facto do terreno ter de ser limpo, a columbofilia em Lisboa terminou para ele, deixou alguns dos reprodutores numa aldeia columbófila junto a Pina Manique, no Bairro da Boavista ao cuidado de outro amigo e lançou segundo as suas palavras o seu ultimo projecto columbófilo… concorrer no Algarve.

Estiveram no terraço em sociedade a 3, César, Belchior e Carlos Rodrigues apenas 1 ano, o pombal teve de ser desmanchado, foi então para a tapada da Ajuda, dentro do espaço da agronomia, a convite de um amigo, ai permaneceu 10 anos… e neste pombal ao qual chegou no inverno de 1974, fez a primeira campanha em 1975 e aqui somou inúmeros êxitos de enorme destaque, nomeadamente , nesse 1º ano ficou em 2º no Lusitano e em 1976 logo campeão… com os lilás… que ganhavam muito bem logo em borrachos de Fundo. Chegou a conseguir fazer um terceiro casal com os mesmos pombos…mas como esta linha nunca mais possuiu nenhuns… curiosamente os filhos voavam muito bem… mas os netos não mantinham as performances dos pais, talvez porque na altura ainda não trabalhava em consanguinidade. Não houve netos com o mesmo nível, à excepção do seu amigo José Manuel Henriques da equipa Asas da castanheira, que nos seus princípios também arranjou inúmeros pombos a césar Timóteo, esse amigo tinha um casal destes pombos e conseguiu seguir com a linhagem para a frente.

Bem caríssimos leitores…este foi sem sombra de dúvidas o maior artigo alguma vez escrito neste espaço…já vai longo…mas só assim conseguíamos fazer jus a tamanha personalidade que nos enche o coração ao falarmos com ele, pela sua calma , sabedoria e cavalheirismo… foi uma tarde especial que passámos com César Timóteo… desejamos a maior sorte do mundo neste novo projecto, sabemos de ante mão que quem sabe nunca esquece… a columbofilia esta agradecida por tudo o que fez por ela… amigos de norte a sul do pais estão agradecidos pela sua amizade, pelos seus pombos e pela sua forma de estar na vida e na columbofilia… quanto a nós um muito obrigado pela simpatia… foi um enorme prazer… até breve…

4 Comments on César Timóteo um senhor da Columbofilia Nacional…

  1. Victor Manuel Braz Gonçalves // 25 25+00:00 Setembro 25+00:00 2020 às 16:38 // Responder

    Excelente reportagem, onde entre muitas outras coisas se constata que só existe um método seguro e eficaz para avaliar e seleccionar pombos de corrida, o método do cesto.

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  2. Victor Manuel Braz Gonçalves // 25 25+00:00 Setembro 25+00:00 2020 às 16:50 // Responder

    Excelente reportagem sobre um grande senhor da columbofilia nacional, onde entre muitas outras coisas se constata que só existe um método seguro e eficaz para avaliar e seleccionar pombos de corrida, o método do cesto.

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  3. Um crack da columbófilia portuguesa de quem sou muito Amigo desejo-lhe toda a sorte do mundo. Abraço

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  4. Que dizer sobre o amigo Cesar Timoteo? Nada está tudo nesta grande entrevista, Há que reclamar a sua transferência de Lisboa para o Algarve somos credores de um valor inigualável ao mais alto nivel…
    Para quem teve o privilegio de com ele privar sabe bem que não é fácil falar de uma pessoa de sentido humano impar, foram tantos os convívios os almoços as conversas ao longo destes anos que pouco tenho para acrescentar, à amigo sai um atum de barrica????
    Força para mais um novo projeto como todos será para vencer,
    Grande abraço amigo se feliz!!!!!

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