“MAR ADENTRO!” Ante visão da época desportiva nos Açores
Caríssimos Amantes da Columbofilia,
Caso as condições meteorológicas o permitam, será já no próximo dia 28 de Fevereiro, quinta-feira, que o Clube Columbófilo de São Miguel, irá iniciar a sua campanha desportiva 2018/19!
Na sequência das últimas épocas desportivas serão vários os campeonatos em disputa, sempre sobre o “pano” da columbofilia de mar. Em tempos de mudança, em que a columbofilia nacional está em clara mudança e, se quisermos, em plena reconstrução, desportivamente, acreditamos que o nosso Clube e a nossa Columbofilia Insular, poderá acompanhar essa tendência. Em Portugal Continental são várias as “vozes” que falam na mudança de paradigma da columbofilia nacional, passando esta pela columbofilia de mar.
A columbofilia de mar tem vindo a ser praticada em vários países com sucesso reconhecido, como são os casos de Taiwan, China, Canarias, Japão, etc.
A columbofilia de mar, praticada nas Ilhas Portuguesas, nomeadamente nos Açores, embora continue a dar “pequenos passos”, está em franca ascensão!
Ora vejamos:
A campanha começa, já na próxima semana, com o campeonato de velocidade (Soltas da Ilha de Santa Maria) que rondam os 100 km sobre o mar. Estas provas têm sido caraterizadas pela disputa aguerrida, ao segundo, entre vários columbófilos um pouco por toda a Ilha de São Miguel. Serão realizadas 7 provas de velocidade.
No mesmo dia, utilizando a mesma forma de transporte (que este ano, também para este campeonato será marítimo) será ainda efetuada a prova dos borrachos, da mesma distância, mas com solta a efetuar mais tarde! Apesar deste bando ser mais reduzido tem sido incrível analisar/apreciar todas as qualidades dos borrachos voadores! Mesmo percorrendo a mesma distância, é raro estes voadores mais novos perderem em média para os adultos! Este também é um campeonato que tem sido muito disputado e que mais entusiasmo tem provocado em todos os concorrentes!!!!
Será, porventura, nesta fase bastante importante falar um pouco nas dificuldades logísticas. Emotiva, fascinante e misteriosa a columbofilia de mar encerra em si bastantes mais dificuldades do que a columbofilia tradicional, permitam-me, avançar algumas, uma vez que tive o privilégio de concursar nas duas:
– A columbofilia de mar encontra-se dependente dos meios de transporte existentes;
– O transporte aéreo que vinha a ser utilizado no campeonato de velocidade tornou-se bastante caro. Numa altura em que procuramos atrair novos praticantes, aumentar o custo de envio dos pombos às provas não pode, nem deve ser objetivo! Daí que este ano tenhamos optado por efetuar todas as provas através do transporte marítimo;
– O transporte marítimo está dependente das condições climatéricas… Ou seja, esqueçam os dias de encestamento certos às quintas, sextas e sábados!
– Na columbofilia de mar trabalhamos com previsões, quer meteorológicas, quer de meios de transporte!
– Quando não existem meios de transporte esperamos/treinamos até à próxima prova;
– Por esta razão o nosso calendário desportivo assenta em previsões (quase sempre existem alterações nos dias de transporte e, consequentemente, nos dias dos encestamentos e das provas!
– É uma luta constante contra o relógio mas que, permitam-nos, tem dado os seus frutos…
– Maior risco de perdas.
O ano transato, o transporte marítimo do nosso campeonato de meio-fundo (Atlaticoline – que realiza ligações marítimas entre várias ilhas do arquipélago) teve que alterar as datas que tinha planeadas e lançadas inicialmente. Esta alteração teve várias repercussões na Região uma vez que este meio de transporte começa a sua atividade antes do Verão por altura das famosas Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres… Ou seja, foram vários os Açorianos que ficaram sem transporte para a Ilha de São Miguel!!! Este “atraso” na ligação marítima entre os grupos oriental, central e ocidental deveu-se a um acidente com um dos navios utilizados para este efeito.
A única ligação existente na altura era a ligação entre São Miguel e Santa Maria. De forma a não privarmos os nossos atletas da competição (durante aproximadamente três semanas) organizámos (com criatividade) um Grande Prémio constituído por três provas efetuadas no canal entre estas duas Ilhas!!! Mais: homenageámos um columbófilo que marcou a columbofilia em São Miguel e que nos deixou de forma precoce – o Sr. José Francisco Costa, da freguesia do Nordeste.
Este ano, caso exista esta paragem prolongada, iremos organizar um campeonato semelhante, de forma a habituar/dar asa aos nossos atletas às soltas em alto mar, antes do campeonato de meio fundo, que se realiza no canal marítimo entre São Miguel e a Ilha Terceira. Iremos também homenagear um columbófilo que marcou (e continua a marcar) a nossa columbofilia, uma vez que é o sócio fundador do Clube Columbófilo de São Miguel – Sr. António Machado, que continua a ser um brilhante columbófilo e um excelente dirigente deste clube (Vice-Presidente).
O campeonato de meio-fundo também será constituído por 7 provas, esperando nós realizar a última, caso não existam incidentes, nas 90 milhas – ou seja, na própria Ilha Terceira. O ano transato a prova mais longa deste campeonato teve um distância de 84 milhas, tendo o atleta vencedor utilizado 01H35 minutos, fazendo a bonita média de 1406,236 metros por minuto.
Uma vez mais queremos chegar o mais longe possível e ultrapassar esta distância.
Por último, continuaremos a nossa caminhada pela columbofilia de alto mar, em duas linhas distintas:
– Sul – após a linha da Ilha de Santa Maria;
– Oeste – linha da Ilha do Pico;
Organizaremos 6 provas nestas duas linhas tentando chegar/ultrapassar as 100 milhas!
Serão ao todo 30 Provas!!!
– 7 provas de velocidade (sudeste)
– 7 provas de borrachos (sudeste)
– 7 provas de meio-fundo (noroeste)
– 6 provas de fundo (noroeste e sudeste)
– 3 provas do Grande Prémio António Machado (provisório)
Em duas linhas de voo diferentes – tentando aproveitar as linhas de voo das provas marítimas já praticadas há mais tempo!
Em três empresas de transportes marítimos diferentes:
Apesar das dificuldades, a columbofilia de mar da Ilha de São Miguel irá continuar a caminhar no sentido de competir com os outros atletas, desta modalidade específica!
Queremos também estar representados nas próximas exposições nacionais e internacionais, pois acreditem…
A nossa columbofilia tem valor e continuaremos a lutar pelo seu futuro!
Quem sabe um dia, possa existir um campeonato nacional/ibérico de mar único…
Ponta Delgada, 18 de Fevereiro de 2019
Nuno Costa
Vice-Presidente Desportivo do CCSM
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