Mário Real,José Manuel & Filhos – Armindos \ Caracinhas
Mário Real, comerciante de carnes, actualmente com 80 anos de idade. A columbofilia entra na sua vida quando tinha 16 anos, e dai para cá nuca mais se conseguiu desligar. É o fundador desta prática na sua família já que o seu pai não tinha pombos nem qualquer outro elemento familiar. Em menino morava em À-dos -Loucos, e na altura um vizinho seu já tinha pombos, esse individuo observando o seu interesse, cedeu-lhe um espaço no seu quintal para fazer o seu primeiro pombal que seria construído em caixotes de madeira, arranjou lhe os primeiros pombos, aos quais Maio Real juntou mais alguns borrachos oferecidos em Vila Franca de Xira nomeadamente do seu conhecido “Pencas”, entre outros columbofilos locais. Caros leitores este é sem duvida um dos artigos mais extensos que fizemos até hoje, porque a historia desta família assim o implica, são 3 gerações de muita luta, muitos êxitos, muitas historias e muitos pombos marcantes. Para não corrermos o risco de ficar algo importante por dizer, vamos-nos alongar nas palavras. Ao longo destas paginas vamos colocando fotos que nos vão trazendo do passado ate ao presente e colocaremos também fotos de pombos, mas neste caso vamos intercalando os craques actuais com os mais antigos, por forma a levar o leitor numa viagem ao passado, depois ao actual e novamente ao passado. Será um exercício para todos.
Mário Real começou a sua primeira campanha ainda se corria para o relógio, que no seu caso ficava distante cerca de 200 metros do pombal, nesses primeiros contactos tinha um amigo que o ajudava nessa tarefa, esse individuo possuía uma loja e chegava a fecha-la ao domingo para ir correr com as anilhas. O relógio ainda não era de bater, era um sujeito que estava ali sentado com um relógio de algibeira e à medida que iam chegando as anilhas ia registando o numero a hora e o nome do columbófilo. Nestes anos os resultados não foram logo de relevo até porque as coisas eram levadas muito na brincadeira.
A columbofilia em À-Dos-Loucos começou a ser mais a serio com a fundação da colectividade local, da qual Mário Real é sócio n.º 1. Desempenhou ai todas as funções possíveis nos corpos sociais. Quando começa a namorar com a actual esposa, de quem Mário Real fala com muita estima e empatia por todo o apoio que lhe tem dado ao longo de tantos anos e com ele muito tem sofrido em prol dos pombos e da felicidade de toda a família já dedicava muito do seu temo livre ao pombo correio. Chegou a altura do serviço, e os pombos pararam durante esse tempo. Entretanto casou e fez novo pombal, já em sua casa e ai a columbofilia começou a ser levada mais a serio, começou verdadeiramente a ser columbófilo, e já com bons pombos.
Trabalhava no talho nessa altura e por isso já precisava de ter a ajuda de amigos que tratavam dos pombos. Por estes anos era já também coordenador de zona, que era a pessoa que recebia o telefonema da ACD Lisboa a dizer a que horas os pombos tinham sido soltos e depois informava os restantes columbofilos, desde cedo assumiu as suas responsabilidades dentro da estrutura.
Fotografia recuperada do 1º Pombal em casa
Os primeiros pombos que fizeram a diferença nas suas instalações foram de: Domingos Bento de Alverca, Bento de Almeida, Manuel Bucha, José Lopes de Santarém e do sr Valentim.
A colónia de José Lopes foi comprado por si, 50 casais e um relógio STB na altura 40 contos. Estes pombos fizeram o seu inicio já com resultados muito interessantes. Após o 25 de Abril foi residir para Vila Franca, mas para um sitio onde não havia espaço para colocar o pombal, e a tristeza pairava no ar, mas certo dia o sr Mourato, vizinho, diz lhe, e sabendo do seu padecer: Ó vizinho esta a olhar para o ar… o que esta a ver? “…gosto dos pombos mas não há sitio para fazer aqui um pombal…olhe e se você pusesse ali aquele cantinho? …isso era maravilhoso…..foi falar com o sr Lopes a Alhandra que era fiscal e explicar o que pretendia, falou também com o presidente da junta de freguesia de Vila Franca e deram lhe luz verde para fazer uma coisa, mas fazer bem feito, uma coisa asseada disse-lhe o presidente. Assim foi construído por Noel Graça um pombal num canto junto à autoestrada. Os pombos la aduzidos deixaram de render, era preciso a sogra estar nas antigas instalações a espantar os pombos nos dias de concursos, para eles irem para Vila Franca, e por isso foi preciso refazer a equipa de voo para poder almejar voos mais altos.
José Claro Caetano foi o seu braço direito na columbofilia, fez tudo para tudo correr bem com Mário real, tratava dos pombos como se fossem dele, este amigo ainda vivo conta com 90 primaveras hoje em dia.
Pombal encostado à auto estrada
Por estes anos o sucesso já era uma constante, adquiriu bons pombos quer em Portugal , quer no estrangeiro, chegou a ir à Bélgica com vários amigos, Raul de Oliveira, Mário Oliveira, Vasco de Oliveira, Manuel Bucha, Francisco Santos das Caldas e nunca mais parou de sucesso em sucesso.
Amigos como Restolho, o sr António Galrão, o Marinho de Lisboa, José Mendes Caselas, e Armindo da Tapada, chegam ao seu conhecimento e das partilhas com eles e alguns pombos deles chega-lhe um rumo fulgurante no grande arranque em Vila Franca, decorria o ano 1976. Nesta altura da sua vida, todas as semanas ia almoçar com o seu amigo Galrão e desses encontros trazia todo um conhecimento imprescindível para tamanho sucesso que estava a alcançar. Conhecendo o Marinho, como já referenciamos conhece também o seu filho José Manuel, que mais tarde entra na sua vida familiar, historia que contaremos de seguida.
A sua base na reprodução nesta altura sai da compra de um casal de Pombos a César Timóteo, uma fêmea “Arminda” e um macho “Caracinha”, que em pouco tempo já faziam toda a diferença dos restantes atletas do pombal.
Voltamos ao José Manuel, filho do Marinho de Lisboa que começa a namorar a Cristina filha de Mário Real, tudo corre muito bem e acabam por contrair matrimonio. A vida columbófila de todos mudou nesse momento. Uma família com 3 gerações bem definidas na Columbofilia e sempre a manter 70% da sua colónia com os Originais Armindos x Caracinhas durante 50 anos, historia que também iremos contar mais à frente.
Para começar o José arranjou logo forma de construir uma nova secção no Pombal do futuro sogro, junto à autoestrada, onde foram instalados 9 viúvos e foi feito um novo esquema de preparação semanal que era elaborado pelo genro e cumprido à risca pelo sogro. Portanto ficaram com uma secção a voar ao natural e outra à viuvez. Os conhecimentos trazidos da casa de seu pai, o Marinho, vieram fazer toda a diferença agora em Vila Franca. A vida de José Manuel era uma correria, chegava a encestar os pombos do pai à tarde e depois ia no carro à pressa para encestar os do sogro. Destes tempos ficam historia deliciosas, e podemos contar desde já uma delas: já na altura eles pintavam as asas dos pombos de vermelho, uma certa vez uns amigos seus viram passar um bando de pombos com as asas pintadas em direção ao pombal da Autoestrada, um deles até estava na arranjar uma marquise, vira se para o José Manuel e diz lhe: “foste fazer um treino aos pombos que eu vi-os passar aqui à pouco e estão quase ai a chegar os de concursos… por pouco não os juntas-te todos no ar à volta do pombal”…. “está enganado estes já eram os de concurso…, respondeu o nosso entrevistado. Caros leitores não havia viuvez nesta zona e quando o José Manuel a trouxe fez toda a diferença. Eles corriam de ténis e os outros de Tamancos.
Pombal junto à Autoestrada , já na era moderna
No ano 1986 ainda o José Manuel namorava a Cristina, e já começava a dar os primeiros passos a parceria Mário Real & José Manuel. A vida era corrida e não era preciso apenas ter pombos bons era preciso inovar, já na altura havia um columbófilo, o Estevão já com palmares e muito bom columbófilo de velocidade e meio fundo e nessa fase que começam a introduzir os viúvos, sem duvida que foi a grande rampa para os grandes títulos e poderem ombrear com esses campeões. Lembram que nesse ano os machos voaram muito bem no inicio, depois caíram e sentiam necessidade de os voltar a acasalar e fazer 5 dias de choco, todos diziam que jamais nessa campanha iriam ganhar algumas coisa com eles…o que é certo é que se sagraram campeões nesse mesmo ano, com este procedimento. Um celebre Monfortinho com 7, 8 pombos nos 10 é recordado com saudade e como lembrança desses primeiros viúvos. O nome Mário Real apesar de trabalharem em equipa, e por questões de família e respeito foi sempre mantido e só mais recentemente a equipa aparece como Mário Real, José Manuel & Filhos.
Um grande azar bateu à sua porta neste seguimento, a 5 de Maio de 1988 despistou se um carro da auto estrada, uma senhora que provocou o acidente faleceu e fez despistar uma carrinha carregada de bolachas que veio cair em cima dos pombais antigos, não houve fatalidades nos pombos, felizmente, mas os pombais ficaram aniquilados e houve lugar ao arregaçar as mangas e começar tudo de novo e fazer as instalações que ainda nos dias de hoje servem de pombais de competição para esta equipa. Foi como perder um filho nessa altura diz-nos Mário Real… a Cristina, sua filha na altura estava gravida do César, que está prestes a aparecer nesta historia também. Depois da desgraça, veio a bonança. Encestaram toda a sua vida em Vila Franca e depois em Alhandra, sendo que no inicio era em à-dos-Loucos. Mário Real revolucionou a columbofilia em Vila Franca de Xira O seu percurso fica sem duvida marcado por António Luís Galrão, que o apoiou bastante quer nos pombos quer no maneio da colónia, marcada também pela sua esposa, que o confortou nos dissabores e o alegrou nas vitoria e o seu Genro José Manuel. Depois para finalizar este capitulo destacamos e fazemos uma referencia à sua filha Cristina que é filha de columbófilo, esposa de columbófilo, nora de columbófilo, mãe de columbófilo… não é fácil… uma família verdadeiramente columbófila.
Pombal actual de Reprodutores
Situado em À-Dos-Loucos, na moradia onde reside de José Manuel, esposa e filhos, antiga casa de Mário Real.
Um novo capitulo da historia – Zé Manel Filho do “Márinho de Lisboa”
(50 Anos de Columbofilia)
Desde que se lembra o seu pai, sempre teve pombos, e ele nasceu praticamente dentro do pombal, o Marinho teve pombos com um compadre seu e padrinho da irmã do José Manuel, foi tratador de pombos, teve pombos em seu nome, passou por todas estas situações. Morava na Ajuda e era vendedor de peixe, a vida era dura e claro tinha alguns clientes que compravam fiado e o José Manuel ia ao fim de semana receber o que era seu de direito, tinha ele 10, 11 anos. O dinheirinho recebido era levado ao pai que estava junto aos pombos e ficava ai com o seu pai no pombal à espera dos pombos de concurso. Durante estes anos os columbofilos não sabiam as horas que os pombos eram soltos, ficavam ali na expectativa, entretanto mais tarde lá começo a haver uma gravação na radio e as coisas foram evoluindo, e foi assim os seus primeiros passos na columbofilia. Lembra se e conta nos, que com 10 anos num concurso de Lamego, 40 graus, um calor horrível, o “Zé preto” como era conhecido, olhava sem parava para o horizonte, seu nome: José de Almeida, o braço direito e o braço esquerdo, de seu pai na columbofilia, uma pessoa ímpar, dava tudo pelos pombos, dava o peito às balas, chegou a hipotecar a sua vida familiar pelos pombos, mas isso são contas de outro rosário. Nesse concurso, o pombal ficava num terraço e o dono dos pombos era Júlio Soares, chefe embarcado, o Marinho é que lhe tratava dos pombos, a certa altura caiu um pombo na chapa do telhado, que chegou quase a patinar, parecia vir com as pernas bambas, bebeu agua, tirou se a anilha de borracha e marcou se no relógio…só uma hora depois chegou o 2º pombo…uma hora depois chegou o 3º pombo… inesquecível, fizeram 1º, 2º e 3º… coisas que marcaram a meninice de um columbófilo.
Como Nasceram os Caracinhas?
O Marinho entretanto sai desse terraço e foram para uns pombais novos em 1967, ainda em nome do mesmo senhor, Júlio Soares embarcado na Infante D. Henrique. Nesse ano houve uma epidemia respiratória em Portugal que afectou as varias aves no País, e os pombos não foram excepção, esses momentos ficaram registados na cabeça de um menino. Começaram uma nova fase nos pombos nesse ano. Júlio Soares viajava muito para Lourenço Marques e Luanda e na altura havia ai já muita columbofilia, importavam muitos pombos da Bélgica e da Holanda e ele trouxe muitos pombos desses de lá, depois à chegada escolhiam alguns e cediam os restantes. O casal dos “Caracinhas” aparece assim, eram dois pombos Belgas, uma fêmea azul de 1966 e um macho negro bronzeado de 1967, ambos com anilha Belga, não se sabe de quem eram, mas sabe-se que vieram de África. Em 1968 nasceu uma negra de guias brancas, filha desses dois pombos, anilhou se, e veio-se a revelar uma malandra e áspera e devido ao seu comportamento foi logo em borracho para Saragoça, concurso de longa distância e nessa altura deu logo um ar da sua graça. Foi um concurso duríssimo e até regressou com a asa partida. O casal foi repetido e no ano seguinte nasceu um negro com guia branca e uma malha branca na cabeça. Um tio do José quando viu o pombo achou curioso e disse que parecia uma caraça em cima da cabeça… o pombo realmente evidenciou se a voar e de caraça…caraça… passou a caracinha e começou assim a geração dos caracinhas. Irmãos deste pombo, filhos netos etc etc vieram a marcam muitos anos da columbofilia nacional, uns pombos negros, grandes, excelentes na velocidade e no meio Fundo.
32 x Campeão Geral de Clubes
30 x Campeão Velocidade
25 x Campeão M/Fundo
21 x Campeão Fundo
3 x Campeão G/Fundo
2 x Campeão Distrital Fundo de Lisboa
7 x Campeão Zona
No outro lado da historia, no Centro de Portugal a colectividade mais antiga em Lisboa, na altura já tinha um continuo para abrir e fechar a sede, era o sr Armando, uma pessoa já com alguma cultura e que recebia o jornal Pigeon Ritt, da Bélgica e então há 3 pessoas que importam em 1951, 3 casais de borrachos observados nesse jornal: José Maria da Silva, um casal, o sr José Mendes de Caselas outro casal e o Silva Ferreira outro casal. Vieram Lescaliers \Fabris para o sr José Maria, vieram os Van Paris para o Silva Ferreira e vieram de Paul Vandenbussche farmaceutico na farmácia Sant Eloi, para o Zé Mendes. O casal do José Mendes era um macho bronzeado e uma fêmea azul e custaram na altura já muito dinheiro: 1500 escudos, ganhava na altura um trabalhador 80 escudos por mês. Este dois pombos foram cruzados ao pombos do Zé Mendes e ai fizeram uma colónia de grande sucesso, esses pombos chegam ao Marinho por oferta em 1965. Vem um casal dos elois de 1969 que reproduziu uma fêmea em 1970 que se acasalou com o Caracinha. E como é que são descobertos estes pombos.
185 Primeiros Prémios
Um total mais de 120 Anilhas (Ouro, Prata e Bronze)
O Sr Jacinto da Malveira que trabalhava com o José Preto pediu para ele interceder junto do Marinho para ele lhe vender 4 borrachos e mandou perguntar que preço que lhe fazia, o Marinho mandou recado: “os 4 são 1000 escudos. O negocio concretizou-se e vendeu lhe os 4 pombos e alem disso mandou lhe mais dois ovos que eram do caracinha com a Eloi… é assim que o casal é descoberto. António Luís Galrão no outro ano ao saber dos resultados do Sr Jacinto com estes pombos, foi perguntar Marinho que borrachos é que ele tinha vendido para a Ericeira, pensando que eram os borrachos vendidos os que mais se tinham destacado, e só se descobre que os melhores eram os nascidos dos ovos aquando de uma entrega de prémios na Ericeira, quando O Jacinto encontra o Marinho e lhe conta: “os que me vendes te são bons, mas os que nasceram dos olhos são fenomenais. Em 1974 começam a tirar para eles e já tinha 3 casais bases, que eram 3 caracinhas com 3 Armindas (Elois). Arminda porquê? Porque começam a ser conhecidos estes pombos por outro nome? Antes eram conhecidas pelo casal dos elois, mas em 1967 o José Mendes dá um borracho desses ao Armindo da Tapada, um fêmea pequenina pedrada, ganhou vários concursos, era um fenomeno e quando em 1971 o Armindo acaba como os pombos devolveu essa pomba eloi ao Zé Mendes que a colocou na reprodução. Começaram a ser chamados de Armindos, eram da fêmea do Armindo…da fêmea do Armindo e assim ficou o nome. Mas antes deste Armindos, os seus antecedentes ainda eram melhores, dis José Manuel, havia um macho base que era um negro de 1965, irmão do “Taquinho” que era dos elois e que cruzava no Ze Mendes com uma fêmea que acabou por bater num autocarro e a fêmea do Armindo foi substituir aquela, esse primeiro casal eram extraordinários. Com a primeira fêmea os pombos saíam todos de olhos Brancos e dai para a frente passaram a sair com os olhos amarelos, é por este facto que existem Armindos de olho Branco e Armindos de Olho Amarelo. Nesta altura saiu uma Arminda para o Carlos cordeiro, e a Arminda do Eduardo Dinis, as duas de 1967. As colónias deles despoletaram a partir da entrada desses pombos nas suas casas.
Ao fundo um quadro de George e Vítor Fabry, na mão a grande “Heroina”
O casal dos Armindos acaba em 1974 e ai começam misturar se com inúmeras linhagens diferentes. Na casa destes nossos amigos ficaram 3 casais, os pombos foram sempre foras de serie. Não perdemos a oportunidade para entrarmos dentro das instalações de reprodução e manusear ao pormenor alguns destes exemplares ainda conservados ao longo de todos estes anos. Para o autor foram dos melhores momentos, poder contactar de forma real com a historia e manusear alguns descendentes desta linhagem maravilhosa que foi construída , aperfeiçoada e mantida por José Manuel, seus filhos e Mário Real foi especial.
Os anos passaram e chegamos à terceira geração aos filhos de José Manuel
O César, hoje já um homem, também é um aficionado da columbofilia, como toda a sua família, e é ele que começa a tomar conta da colónia reprodutora, dos cruzamentos, sempre com o seu pai ao lado e o Avô a comandar as tropas voadoras. Já o faz desde de 1999 \2000. No inicio não estava muito motivado para a columbofilia, mas com o incentivo de um amigo da escola que o seu pai também tinha pombos o bichinho começou a despertar. No ano de 2002 começa a dedicar mais tempo aos pombos e com o passar dos anos vai vibrando cada vez mais com a columbofilia. Hoje em dia e após um ano mais dedicado à sua profissão sente-se verdadeiramente columbófilo. Podemos dar como exemplo o ano de 2013, ano esse que se mentalizou que queria ser campeão e dedicou se com todas as suas forças, a tratar a acompanhar a colónia. Em 2015 são campeões e 2016 e 2017 Vice Campeões. Resolve também começar a investir algum produto do seu trabalho em aquisições pontuais, e traz alguns reforços substanciais à colónia, nomeadamente um pombo do casal Base de Tiago Cardoso e um outro casal de um campeão distrital os irmãos Garret. Próximo ano estará novamente dedicado em pleno à equipa.
Campeonatos Distritais
1995 a 2017 – 57 Vezes nos Primeiros 7º da ACDL (Nos ultimos 22 Anos)
* Só a partir de 2000 é começou campeonato Velocidade e M/Fundo de Zona e Juniores só em 2008
Campeão Distrital de Fundo em 1998
Campeão Geral Zona D 2015
Campeão Fundo Zona 1 /98
Campeão Fundo Bloco 1 /17
Campeão Velocidade Zona 1 /03
Campeão Velocidade Zona 1 /08 (Juniores)
Vice-Campeão Geral Zona 1 /03
Vice-Campeão Geral Região Nordeste /16
Vice-Campeão M-Fundo Região Nordeste /15
Vice-Campeão Fundo Zona D/15
Vice-Campeão Fundo Zona A/16
Aproveitamos que estávamos a visitar uma família que tem um conhecimento profundo da columbofilia Lisboeta e não só, para esclarecer e aprendermos mais um pouco da historia dos bons pombos em Lisboa e perguntamos a historia dos famosos “Bacalhaus”.
Havia um excelente columbófilo no alto de S. João era o Mário, carteiro de profissão que importou uns pombos Belgas negros e o Marinho que há 2º feira tinha o dia de folga ia sempre fazer visitas a amigos columbófilos e nessa altura visitava o Mário bacalhau, de alcunha que lhe arranjou 2 ovos de um casal desses pombos em 1957, levou a oferta mas não tinha no seu pombal amas com posturas da mesma idade ou semelhantes. Havia ali como vizinhança um amigo columbófilo que lhe recebeu os ovos e com ele fez um acordo: aquando do nascimento seria um borracho para cada 1, e assim foi, os borrachos cresceram e foram voados no ano seguinte, naquela altura chegaram os dois vizinhos a disputar 1º e 2º com esses dois pombos, que muitas vezes chegaram juntos, o que entrasse primeiro ganhava, os pombos eram muito interessantes, é um dos grandes sangues de Lisboa que parte dai e foram assim descobertos. Esses pombos mais tarde é-lhes introduzida uma preta dos irmãos Ferreira do Porto Brandão e arrancam novos pombos, depois os bacalhaus são metidos aos pombos do Duque de Palmela, a linha dos “gorins” e os pombos foram por ai fora sempre em evolução.
Vice-Campeão Fundo Zona A/17
Vice-Campeão Velocidade Zona 1 /02
Vice-Campeão M/Fundo Zona 1 /02
Vice-Campeão Velocidade Zona 1 /04
Vice-Campeão Velocidade Bloco 2 /11
No seguimento da conversa fomos fazendo perguntas e quando mais sabíamos, mais queríamos saber… as historias ficarão muitas ainda por contar, porque 50 de columbofilia… é muito ano, mas ainda trazemos mais uma:
Os Indianos também começam com uma fêmea de 1979, a indiana, vice campeã nacional em 1981, (gussan\sion\Arminda caracinha), vários pombos e linhas de pombos que fizeram a historia de Lisboa tiveram origem na casa desta família, tal como estes Indianos que assentam também em parte dos Armindos Caracinhas.
De 1972 a 1985 a voar junto ao meu Pai “Márinho de Lisboa”
*8 x Campeão Geral de Clube*
G.C. Lusitano 1972-73-75-77-78-81-82-85
G.C. Centro 2 x Vice-Campeão
8 x Campeão Velocidade (72-75-77-78-79-81-82-85)
8 x Campeão M/Fundo (72-73-74-77-78-81-82-85)
9 x Campeão Fundo ( 72-74-75-77-78-79-81-82-83)
A Sala de troféus e lembranças é lindíssima e carregada de Historia
De 1986 a 2016 a voar junto a meu sogro Mário Real Nunes V.F. Xira
*24 x Campeão de Clubes*
G.C. Vilafranquense – 86-91-95-96-98-99-00-03-05
G.C. Alhandra – 89 -90-03-15
G.C. Sobralinho – 87-89-90-91
G.C. Alverca – 94-15
G.C. Granja – 98
G.C. A-Dos-Loucos – 91
C.C. Fundo Concelho de V.F. Xira – 95-98-00
1ºS Distritais
1989- 1º Distrital Saragoça 750 km entre 6730 P.
1990- 1º Distrital Lérida 875 km entre 3200 P.
1995- 1º Distrital Burgos 581 km entre 15630 P.
1996- 1º Distrital La Ginete 603 km entre 12130 P.
2003- 1º Distrital Burgos 581 km entre 7690 P.
Pombos Classificados no Pódio do Distrito
- 243184-88 – Campeã Distrital Sport Fundo em 91
- 243184-88 – 4ª Classif. Nacional Sport Fundo em 91
- 243184-88 – 3ª Classif. Distrital Sport Fundo em 92
- 243184-88 – 6ª Classif. Nacional Sport Fundo em 92
- 712172-89 – 3ª Classif. Distrital Sport Absoluto em 94
- 2165958-92 – Vice-Campeã Distrital Sport Velocid. em 94
- 9456269-99 – Campeã Distrital Sport Absoluto em 02
- 9456269-99 – 8ª Classif. Nacional Sport Absoluto em 02
- 858533-00 – Campeão Distrital Sport Absoluto em 03
858533-00 – 6 Classif. Nacional Sport Absoluto em 03
*Seria Campeão Nacional M/Fundo sem aproveitar a media(57,3)
- 2381676-02 – Campeã Distrital Sport Velocidade em 04
- 2352907-02 – 3ª Classif. Distrital Sport M/Fundo em 05
- 4416194-04 – 3ª Classif. Distrital Sport Velocidade em 06
- 7399591-07 – Vice-Campeã Distrital Sport M/Fundo 09
- 7617649-07 – Campeão Distrital Sport Velocidade em 10
- 4314649-14 – Campeã Distrital Sport Yearlings em 15
- 2284943-12 – Vice-Campeã Distrital Sport Absoluto em 15
- 1065499-11 – Vice-Campeão Distrital Sport Maratona em 15
- 2202804-12 – 3ª Classif. Distrital Sport Maratona em 15
- 4314649-14 Campeã Distrital Sport Absoluto em 16
- 5289437 – Vice-Campeã Distrital Sport Velhos em 17
Coisas interessantíssimas foram feitas por esta colónia. Pombos a valerem grandes fortunas, colónias por esse Portugal com as suas bases enraizadas nos Armindos\Caracinhas.
Esta família nunca virou costas às dificuldades ou à competição, foram sempre concorrer ás colectividades fortes, sem receios. Conseguiram inclusive ganhar no clube de Fundo de Vila Franca de Xira, um clube que começou em 1984, durou 27 ano, o melhor clube organizado, que temos conhecimento, que chegou a ter 70 concorrentes. Mário Real, José Manuel & Filhos venceram por mais do que uma vez todos os columbofilos do conselho de Vila Franca de Xira, onde era muito difícil ganhar. Só 3 columbofilos conseguiram sagrarem-se campeões por 3 vezes durante a historia do clube de Fundo, que tinha a sua sede em À-Dos-Loucos.
Os pombos continuam a ser praticamente os mesmos, nestas 3 gerações de columbofilos e dentro das mesmas linhas têm sido seleccionados. Introduziram alguns que ajudaram ao sucesso nomeadamente um Cagalanisso, que era Simon\Fabry \Lescalier, introduziram alguns pombos conhecidos como os “alcanenas”, de Carlos Anastácio, que eram à base dos pombos do José Maria da Silva e do Eng Ferreira da Chamusca, introduziram uns penas brancas que cruzados aos pombos da casa também andaram muito bem e mais um pombo ou outro que se associaram à historia. Recentemente fizeram uma aquisição de relevo que foi uma fêmea dos Gabys no Raul e Mário Oliveira, que fez a diferença aqui nesta família. E por fim o casal dos Leozinhos, 50 % era da sua casa e agora regressou para eles, este casal é também conhecido como casal 1000.
Placa à entrada do retiro de José Manuel
Caros leitores, José Manuel não queria terminar a sua entrevista sem prestar homenagem ao seu amigo António Luís Galrão.
Sem duvida que este artigo, é um super artigo…conta nos para alem da historia de uma família de columbofilos, conta nos a historia de uma família de pombos e traz nos um pouco da historia da columbofilia Lisboeta e nacional. Foi uma grande satisfação escrever estas palavras e tratar deste material recolhido.
Mário Real agradece, todo o empenho de toda a sua família, ao seu neto em especial que quando a sua saúde não lhe permitiu tratar de pombos foi o césar que arregaçou as mangas, quer agradecer em particular à esposa que o ajudou a ser uns dos melhores concorrentes de Lisboa: D.Rosa da Conceição.
José Manuel agradece também a José Claro, a toda a família que vive a columbofilia com muito entusiasmo, que está presente nos bons e nos maus momentos. Sente verdadeiramente que aquilo que é hoje, aquilo que aprendeu deve muito também ao seu pai, o Marinho de Lisboa, que alem de pai, tinha muito jeito para os pombos e lhe transmitiu muitos conhecimentos. Foi um homem criado sem pai, mas que tinha um feeling especial para a columbofilia, que não sabia ler nem escrever e por isso o filho ainda lhe dá mais valor, por tudo o que fez por ele e é um orgulho grande ser seu filho, a outra pessoa que fica aqui registado a quem José Manuel quer lembrar para sempre e com quem teve contacto com a nova era de conhecimentos columbófilos e com ele aprendeu muito, o sr Júlio Albuquerque, a quem deve muito, aprendeu a sua técnica, e tal é considerado uma mais valia muito grande. O sr Julio tinha uns conhecimentos acima da media, que ajudou em muito a ser que o José Manuel é hoje, como columbófilo. Aprendeu o seu segredo, que apenas foi revelado a uma outra pessoa e que será mantido na família.
Quanto a nós resta-nos despedirmos e deixar os melhores cumprimentos a todos, desejando uma óptima muda da pena sem sobressaltos para todos. Até breve
Parabéns a toda família, são de facto histórias que me trazem nostalgia. obrigado beijos a todos
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Grandes columbofilos
Melhores Homens e Mulheres
Extraordinária Familia
Um prazer puder compartir e aprender a cultivar amizade com esta exemplar familia.
Obrigado Bem Hajam.
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