Alexandre Oliveira – Palmela- ACD Setúbal
Alexandre Oliveira, 47 anos, nascido no ano de 1971. Quando caiu do berço a primeira vez já la estavam os pombos, Gil Manuel seu pai já era columbófilo, o entrevistado nasceu e cresceu na estação de Palmela do distrito de Setúbal, a conviver com Pombos Correio. Literalmente aprendeu a andar dentro do pombal. A sua mãe gostou sempre da Columbofilia… que sorte… hoje com 63 anos, continua a gostar dos pombos e é ela que trata da equipa quando o Alexandre não pode.
Actualmente o seu pombal conta com duas secções para fêmeas, apenas com poleiros, e mais duas secções para machos, equipadas com ninhos e depois os reprodutores estão num pombal à parte.
Frente dos Pombais de competição
A transição entre ser ajudante de seu pai no pombal, acontece na altura que começou a trabalhar, tinha sensivelmente 20 anos e ainda na casa dos seus pais começou a ser ele o dono e o tratador da colónia, decorria o ano de 1986. O seu pai ajudava, mas já mais afastado das decisões. Durante as primeiras campanhas seguiu tudo conforme encontrou de seu pai, mas depois, resolveu desfazer-se da totalidade dos pombos herdados. Não rendiam a nível desportivo nem de perto nem de longe em relação à ambição do Alexandre, que diz que se fartou de ser “apanha bolas” e limpou por completo o pombal em 1988. A partir dessa altura, construiu tudo do zero.
Filho Casal António Lampreia
Antes de 1988, os primeiros pombos chegaram por oferta de amigos e conhecidos da colectividade de Palmela, mas com o acabar destes pombos havia que fazer introduções: Passamos a enumerar os que fizeram diferença: por exemplo, uma fêmea comprada num leilão em Palmela que era do pombal de António Cordeiro de Lisboa que foi uma voadora fora de serie e como reprodutora espectacular, depois foram uns pombos comprados ao sr. Fernando Caetano do Norte. Um fêmea albina aparecida, que foi comunicada e nunca reclamada. Estes foram os primeiros pombos que ajudaram as primeiras conquistas e começaram a dar nas vistas. Em 1993 sagra-se a primeira vez campeão.
Prancha de chegada
Desses pombos poucos resistiram até aos dias de hoje.
Em 1999 começa a construção de um novo pombal e vem para o local actual onde ainda se mantém. Começa a concorrer aqui em 2000, precisamente no ano que adquiriu a pomba que revolucionou por completo a sua columbofilia. Adquiriu uma filha do Romário de José Manuel Araújo, salvo erro irmã da “Zinha” (CIC). Ainda há filhos dessa pomba vivos e a reproduzirem muito bem. 90% da equipa ainda é desse sangue. Estes pombos fazem a diferença nas várias distancias, dependendo do cruzamento. Marcam de todo o lado. Por exemplo durante muito tempo o casal base foi este macho, da foto que se segue, (filho da Romaria) acasalado com uma fêmea via CIC, que também esta fotografada neste artigo.
Actualmente na reprodução conta com 15 casais, quase todos eles (80%) são constituídos com filhos, netos e bisnetos da fêmea Romária. Quando a Pigarça do casal de Ouro da CIC, deixou de “encher”, alguns descendentes deste macho tomam o estatuto de machos base, um é de 2014 que cruza muito bem com uma fêmea comprada a António Lampreia, quando ele vendeu a totalidade dos pombos. Nesse ano compro-lhe dois casais, um desses casais já reproduziu inúmeros bons pombos, nomeadamente 3 deles já estão na reprodução. Este é sem duvida actualmente um casal base, o outro base é um macho lilaz, comprado no derby de Gondomar, veio sem pedigree, mas quando junto a uma Van Loon adquirida num leilão de Armando Alho, reproduz umas fêmeas vermelhas de muita categoria.
Secção Fêmeas 1
O terceiro casal base é um macho Gaby comprado num leilão na Holanda, cruzado a uma Romária, irmã do Romario fotografado neste artigo. Os filhos do Casal do lampreia quando dados aos Romários têm dado excelentes resultados. O Macho Gaby também cruza muito bem com outra fêmea Romaria.
Vista do Corredor Frontal de entrada
Resumindo e baralhando o primeiro casal é o Romario com a Van Loon, desse casal descendeu um macho que acasalado com uma filha do casal do lampreia é outro dos pilares, a Van Loon cruzada com o lilaz de Gondomar formam outro casal de eleição e para fundo é então o Gaby cruzado a outra Romária.
Tem um problema gravíssimo, que é o facto do pombal estar praticamente debaixo de fios de alta tensão, sem qualquer sinalização. Muitos dos seus borrachos morrem nos primeiros voos de época e muitos adultos ficam ai e outros aleijam-se permanentemente. Por este facto o voo diário na altura dos concurso, pode ser sinonimo de redução dos efectivos, dia a dia é uma incógnita, quais os que regressam. Esta situação levou o Alexandre a repensar a estratégia e a que encontrasse um processo de treino diferente do que estamos habituados a ver, ou treinam em linha, e é assim que preferencialmente o fazem ou fazem o voo com os dois sexos juntos, evitando ritmos elevados de voo e voltam a ser separados quando entram no pombal. Já estão feitos ao ritmo e ao processo, depois de entrarem, após o treino, basta bater a cana e eles separam-se automaticamente, é uma questão de habituação. Se voarem divididos raro é o dia que não batem, nomeadamente as fêmeas voam a grande velocidade.
Secção de Fêmeas 2
Sabendo dos resultados desta equipa, prevíamos que nesta visita fossemos encontrar um bom lote de pombos, e não nos enganámos. Em alguns pombais destacam se alguns pombos dos restantes, mas neste caso, muitos dos atletas apresentam um nível bastante interessante. A colónia realmente está bem estruturada e preparada para as várias distâncias.
Um adversário duro de bater… é assim que os adversários falam deste columbófilo. Nos últimos 5 anos venceu sempre o campeonato geral em Palmela, está sempre na discussão das corridas e estes factos não alteram a sua forma de estar e viver, sempre pacato, humilde e trabalhador. O autor esteve pouco tempo no pombal e em convivência com o Alexandre mas deu para perceber que tem uma relação próxima com os seus pombos e tem “olho para a coisa”, a equipa esta muito bem cuidada, em perfeita sintonia com o tratador, em excelente condição de saúde.
Campanha 2017
Campeão Campeonato Geral
Campeão Velocidade
Campeão Meio Fundo
No corredor Frontal… junto já do pombal de machos
Os principais objectivos desta campanha e no futuro, será sempre melhorar de ano para ano, dentro da disponibilidade.
CO- Como descreve o seu método de trabalho ?
Alexandre: Em relação ao método: faço treinos em linha sempre que posso de acordo com o tempo disponível, quando não posso voam a volta do pombal 45 minutos de manha e a tarde. Quando chegam dos treinos e concursos, comem uma ração depurativa, e à tarde comem ração sport, e electrólitos na agua, no dia depois da chegada de concurso, os pombos que competiram, não voam, e nesse dia comem apenas de forma ligeira. No dia seguinte tudo volta à normalidade. Durante a semana vamos gerindo a colónia de maneira, a atingir a forma no fim semana.
Secção de Machos
CO – Tem algum agradecimento especial a fazer?
Alexandre – Quero agradecer aos meus amigos Francisco Reizinho, Pedro Ferreira e António Cordeiro, pelo apoio que me deram e dão sempre que eu preciso.
Quanto mais entrevistas fazemos, mais admiração temos pela dedicação e empenho que muitos homens e algumas senhoras têm nos seus pombais, com os seus atletas. É notável o esforço em alguns casos financeiro e em muitas das vezes um esforço físico e emocional, que os columbofilos fazem. No caso do Alexandre, que trabalha por turnos, muitos dos dias quando faz noite, vem directo para o pombal, limpar, voar, ou apanhar todos para ir para a estrada, depois de concluídas todas as tarefas, dormir “a correr” para comer alguma coisa e voltar para o trabalho… é notável o esforço que nós fazemos para cuidar convenientemente dos nossos pombos. Gostámos de conhecer este jogador de pombos, tenho a certeza que estabelecemos uma ligação que já não vai ser quebrada. Desejamos a maior sorte do mundo já para esta campanha e para as vindouras. Um brande e forte abraço para todos os nossos leitores que continuam a ler estas nossas palavras e a acompanhar estas historias… mais duas surpresas ainda esta semana… fiquem atentos…
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