Salsas Team – Barreiro – Setúbal
Não há historia de columbofilos na família de Luís Salsinha, o columbófilo que concorre em nome de Salsas Team. O gosto pelo Pombo Correio começou tinha ele 7 a 8 anos de idade. Na altura os miúdos em Estremoz eram recrutados pelos columbofilos para estafetas. Havia um relógio central no Pelourinho da cidade para o qual todos corriam a constatar os pombos chegados. No final de cada campanha ofereciam às crianças alguns borrachos para serem acabados de criar à mão. Nesses anos nunca chegou a fazer pombal, mas a semente ficou na terra e apenas precisava de um dia ser regada. A vida continuou e passados alguns anos rumou a Lisboa para fazer formação até entrar na empresa PT, casou e no ano de 1979 entra na Sociedade Barreirense com pombal levantado na Recosta do Barreiro.
Vista frontal dos Pombais actuais de competição
Logo no seu principio o pombal foi construído com algum cuidado e já com boas condições. Tinha uma entrada livre e à chegada de concursos, os pombos entravam directos aos ninhos. Os resultados é que tardavam em aparecer. Quando classificava 1 pombo era bom e 2 era dia de festa.
Os primeiros pombos que introduziu no pombal foram de Manuel Bernardo, amigo de longa data, mais alguns ovos e borrachos cedidos por columbófilos locais, nomeadamente alguns descendentes do casal Baretas, que era um casal holandês apanhado num barco. Utilizava os produtos da farmácia Estacio em Sacavem, onde comprava o famoso pó amarelo, que não era mais do que uma glucose vitaminada, mas na altura fazia milagres.
A Borrachada esvoaça no exterior, neste caso porque o autor os deixou fugir
A vida activa e laboral leva a um afastamento dos pombos mas, o Luís como técnico da PT dava e recebia formação em Aveiro, tinha ai contacto com alguns columbofilos e o estômago já começava a andar às voltas novamente. Começa a sentir se vulnerável e consciente da sua fragilidade em recusar uma aproximação à columbofilia novamente. Quando entra na pré reforma no ano de 2010, sai da PT, e vê a sua oportunidade de regressar. Resolve fazer um pombal na Quinta da Marquesa em Palmela.
Desta vez os critérios nas aquisições apertaram um pouco. Procura os pombos locais que voavam bem e estavam ai adaptados, novamente introduz pombos de Manuel Bernardo e Dionísio Silva, 20 borrachos de cada um deles, aos 40 borrachos junta 20 borrachos de Renato Santos de Viana, vieram juntar se a estes alguns filhos deles, ou seja, como os borrachos eram de principio de ano ainda reproduziram.
Pombal de Fêmeas
Os resultados começaram a aparecer, e o estimulo de ganhar logo algumas anilhas trouxe a motivação necessaria para trabalhar arduamente e construir uma equipa competitiva. No final deste ano, restaram alguns dos exemplares e por sorte alguns desses revelaram se logo bons reprodutores, nomeadamente uma Belga do Xico do Bernardo quando acasalada com um Bareta. Reproduz logo uma super fêmea que em 2013 e 2014 foi a melhor pomba da colectividade e no seguimento também ela se veio a revelar uma reprodutora espectacular.
Durante estes anos como columbófilo conheceu alguns amadores de top, nomeadamente Carlos Cordeiro com quem lidou até aos últimos dias de vida deste “monstro da columbofilia Nacional, da casa deste senhor foram chegando alguns exemplares que entraram muito bem na sua equipa. A colónia foi melhorando, foi sendo feita a selecção, novas introduções, por exemplo pombos chegados da casa de Manuel Martins e todo o percurso começava a revelar se frutífero.
Pombal de Machos n.º 1 e secção de recepção dos Pombos aquando da chegada de concursos e treinos em linha
Uma viragem importante acontece com a introdução de dois pombos através do seu amigo Paulo Franco, aconteceu o clique, um deles corria lhe nas veias o sangue do Pata Colada que quando cruzado aos Belgas do Xico faziam toda a diferença. Em 2013 já venceu o seu primeiro campeonato e foi o de Velocidade. O ano de 2014 trouxe novamente amargo de boca, mas por motivos diferentes: um gato conseguiu fazer uma limpeza quase completa dos voadores. Tudo teve de ser reconstruido. 2015 o ano “0” e 2016 e 2017 uma rápida ascensão aos primeiros lugares, nomeadamente ao nível distrital.
Principais titulos alcançados
2016
Sociedade Columbófila Lavradiense
Vice campeão Geral
Campeão velocidade
Campeão meio Fundo
5º Campeonato Fundo
Sociedade Columbófila Barreirense
Campeão Geral
Campeão Velocidade
Campeão meio Fundo
7º Campeonato fundo
2017
Sociedade Columbófila Lavradiense
Campeão Geral, anilha de Ouro e Prata
Campeão Velocidade
Campeão Meio Fundo, Anilhas de ouro, Prata e Bronze
6º Campeonato Fundo
Sociedade Columbófila Barreirense
Vice Campeão Geral, anilha de ouro e Bronze
Campeão velocidade, Anilha de Bronze
Campeão Meio Fundo, Anilhas de ouro e Prata
6º Campeonato Fundo
5 x º1 Prémio e 53 pombos na Dezena
Luís Salsinha um cavalheiro no seu melhor
Pratica a viuvez ao poleiro, quer com machos quer com fêmeas. Apenas vêem os ninhos à chegada. Dependendo do comportamento dos machos, se os sente pouco animados, permite alguns minutos com os ninhos abertos. Estes machos nunca são muito explorados, a aposta é mais nas fêmeas, encesta no máximo a concurso 4 machos.
A meio da semana faz um treino em linha, ou na quarta ou na quinta feira, dependendo do dia de solta. Nesse treino são soltos juntos e chegam juntos onde encontram no pombal todas as secções abertas inclusive os ninhos.
Não trabalha com a balança, preferencialmente trabalha até 4º feira com depurativa de modo crescente e depois ração sport também ela administrada de forma crescente em termos de quantidade. O dia antes de encestar deixa comer à vontade na refeição da noite. Faz preventivos antes de cada campanha e a vacinação normal. A partir desse momento que faz o rapel, evita os antibióticos e apenas em caso de necessidade avançam com eles.
Pombal de Machos n.º 2
O Pombal tem um agradável corredor frontal, que permite uma distribuição dos atletas pelas várias secções quer na altura dos treinos diários como em concursos e treinos em linha.
Luís Salsinha sente se agradecido a Manuel Bernardo, Dionísio Silva e Paulo Franco. Um agradecimento especial a Aníbal Madeira que o substitui aquando das suas recaídas de saúde.
Observação atenta de um dos atletas
O dia escolhido para realizarmos esta entrevista, não foi encontrado logo ás primeiras. Inicialmente o Luís não estava, depois infelizmente ao seu estado de saúde agravou se e não se escapou de um internamento no hospital do Barreiro. Confesso que ficámos preocupados, mas o cavalheiro Luís estando deitado na cama do hospital tranquilizava as almas que estavam de fora com o seu cavalheirismo. Tudo ficou para traz e rumámos em nova data ás instalações da Salsas Team, não sem antes fazermos uma paragem para degustarmos um peixinho à maneira e “provarmos” o tinto da casa. As conversas são como as cerejas, puxamos uma e ela nunca vem só, a tarde passou a correr, e sem darmos por isso estávamos sem tempo para continuar e tivemos que dar corda aos sapatos. Quando a conversa flui , tudo o resto é fácil e tudo é feito com gosto. Abordamos vários temas e espero que os nossos leitores tenham gostado de mais este artigo realizado a um columbófilo que está a fazer um percurso interessante no distrito de Setúbal e podem contar com ele como competidor e que pode também ser uma mais valia no dirigismo, que tanto precisa dele. Um bem aja e obrigado pela recepção e por mais uma amizade que começou.
É com satisfação que vejo mais uma colónia a ganhar com pombos baseados na minha raça, embora o proprietário se tenha “esquecido” de mencionar o meu nome. De referir que o “163” que aparece na foto e apelidado de pombo base nasceu na minha casa e é somente mais um dos muitos craques espalhados por todo o país que têm contribuído para elevar o nível da columbofilia Portuguesa.
Cumprimentos a todas as pessoas que andam na columbofilia sem “truques”!
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