Sebastião Letras & Filhos
40 ANOS DE COLUMBOFILIA 1977-2017
Sebastião Letras iniciou a sua prática columbófila com 20 anos de idade, decorria o ano de 1977, por influencia de Maurilio Rosado, de quem era estafeta. Levava as anilhas de borracha ao relógio no centro da vila, sempre que chegava um pombo de concurso., e assim começou esta paixão. Sensivelmente no ano de 1995 Roberto e Carlos Letras, seus filhos, fazem um pombal juntos e começam a arranjar pombos, mas estava complicado o arranque e em 1997 procuram o pai, com uma proposta de unir esforços, fazer novo pombal com condições melhores e fazerem uma sociedade a 3. Hoje em dia o Carlos já tem 36 anos e o Roberto 37, desde então têm-se mantido sempre próximo dos pombos. Presentemente o Roberto devido à sua vida, fez pombal em Évora, onde começou uma carreira a solo nesta campanha de 2017. No Vimieiro podemos encontrar uns magníficos pombais de reprodutores, que mais à frente podemos contemplar, e mais um pombal de Voadores dividido em 6 secções, a saber: 1 para fêmeas adultas de Velocidade e Meio Fundo e outro pombal de chegada e machos com ninhos para Velocidade e Meio Fundo, depois um pombal para fêmeas de Fundo e um outro de chegada e machos de Fundo. Para concluir mais 1 de fêmeas borrachas e o último para machos Borrachos.
Desde o inicio desta sociedade que os pombos em destaque foram os “Simonzinhos” de Carlos Cordeiro e do Claudino, 1 “Armindo” do Zé Mendes de Caselas e nas provas de Fundo os “Carteus” de Júlio Albuquerque. Com o tempo chegou um macho Holandez, que fez a colónia actual, na Velocidade e no Meio Fundo. Ainda corre o sangue deste macho em quase todos os bons pombos da equipa. Entretanto foram introduzidos os “Belgas Do Xico”, os Van Loon e mais alguns exemplares de Júlio Albuquerque. Este ano resolveram fazer uma nova introdução e chegaram via Sol Nascente mais alguns exemplares
A nível de colectividade já venceram tudo o que havia para ganhar, já foram também campeões Distritais e a Nível Nacional alcançaram por duas vezes o 2º Nacional de Barcelona.
Da primeira vez o pombo era filho de um macho Simonzinho do Claudino com uma Kradoc do Júlio Albuquerque e depois em 2010, novamente 2º nacional de Barcelona com um pombo filho do mesmo macho do Claudino mas cruzado a uma Carteus.
Até esta campanha fizeram sempre duas equipas de competição, uma de Adultos e outra de Borrachos com alguns adultos a ajudar, mas como o tempo já não vai sendo muito e o Roberto foi para Évora, avizinham-se tempos apenas com uma equipa de voo, com adultos e borrachos juntos.
Mas vamos conhecer um pouco melhor esta equipa com a apresentação de algumas perguntas e respostas:
CO – Quais os principais factores que podem contribuir para a expansão da Columbofilia Portuguesa?
Sebastião – Numa primeira fase o processo de constatação da chegada dos pombos, isto é, por todas as localidades jovens estafetas de columbófilos faziam chegar ao local onde estavam instalados os relógios as anilhas de marcação proporcionando-lhes a eles próprios o entrar na columbofilia e muitos outros jovens que viam os seus amigos a correr semanalmente e se tornavam também eles columbófilos; Numa segunda fase a qualidade de vida que se instalou em Portugal com o 25 de Abril, as provas de Fundo e Grande Fundo que proporcionavam grandes convívios à chegada dos pombos (todo o dia) de columbófilos e amigos aumentando assim essa corrente columbófila e também os leilões das Colectividades que proporcionavam grandes convívios de columbófilos e amigos e contribuíam para o equilíbrio financeiros destas com fundos que faziam com que houvesse prémios atractivos em disputa todos os anos.
Pombal de Competição
CO – Sendo um amante do Grande Fundo, o que acha da não realização do Barcelona?
Sebastião – Para mim foi um tiro no pé da FPC, porque será que os principais países columbófilos fazem Barcelona? Não seria esta clássica que dava fama à Columbofilia Portuguesa e aos próprios columbófilos? Sempre me habituei a vê-la como uma prova mítica, desde sempre, no fim dos concursos, é certo, que havia quem fizesse a limpeza ao pombal, mas nos últimos anos em que se realizou, talvez pelo crescendo de qualidade dos prémios, já se enviavam pombos de muito boa qualidade. Estava calor? Mas há tanta coisa para minorar isso, ou vamos também pensar igual à questão dos bois bravos e do porco alentejano, tanto uns como outros foram sendo aperfeiçoados ao longo de milhares de anos para isso mesmo, criados cada qual para a sua função.
Linha Sol Nascente
CO – Algumas considerações sobre a linha de voo, nomeadamente com o puxar dos concursos para a linha de Valência?
Sebastião – Ora aí está um assunto da actualidade, se é que o não foi sempre, esta linha de voo que foi feita nos últimos anos foi também por mim muita vez defendida, mas a partir de uma certa altura começou-se a ver que apenas defendia uma parte do Distrito, portanto só havia uma coisa a fazer que era equilibrá-la. Para mim a solução era a antiga linha mas invertida, isto é, antigamente começava-se em Portugal e depois passava-se para a Espanha, agora era o contrário, até pelo calor, passo a explicar: 2 provas de velocidade e 2 de meio fundo linha sudeste de Espanha; 2 provas de velocidade e 2 de meio fundo linha Madridista; 2 provas de velocidade e 2 de meio fundo no Norte de Portugal, sendo que uma no interior e outra no litoral. As provas de fundo seriam as primeiras duas na linha sudeste de Espanha, duas na linha Madridista e por fim Saragoça e Lérida. Isto para os campeonatos depois como acima mencionei acabava-se com a mítica clássica BARCELONA.
Pombal Chegada de Vel, MF e Machos de Vel e MF
CO – Quanto ao Fundo…é uma aposta com futuro?
Sebastião – O fundo e a difícil relação com muitos dirigentes da minha Associação, já sistémica. Se existem as diversas modalidades que um columbófilo pode desenvolver, velocidade, meio fundo e fundo, porque teimam uns em privar os gostos dos outros? Se não gostam do fundo porque mandam? Se não gostam de velocidade porque mandam? Se não gostam de meio fundo porque mandam? Porque será que uma grande parte dos columbófilos manda caixas e caixas a velocidade e meio fundo de pombos extras? Não será para treinar pombos que vão enviar a fundo? Não será esta uma forma de contribuir para o equilíbrio económico da Associação?
CO – Clube de Fundo do Alto Alentejo, seu futuro, relação com a Associação e a sua relação com os columbófilos de Portalegre e Beja
Sebastião – O Clube de Fundo veio desenvolver a modalidade do fundo no Distrito de Évora, não só no aspecto desportivo mas também cultural e recreativo, começaram-se a enviar mais pombos a fundo e até a Barcelona se chegou à quantia impensável noutros tempos, de 500 pombos e os nossos columbófilos começaram a brilhar mais nas clássicas, porquê? Porque foram incentivados para esta modalidade. Houve vários leilões, entregas de prémios… toda uma relação columbófilo – convívio que tende em desaparecer. Mais tarde tentou-se que os Distritos de Beja e Portalegre entrassem no Clube de Fundo e conseguiu-se, mas foi, e por diversas vezes, debatido o assunto que isso só seria possível com os dois Distritos, Portalegre e Beja, e nesse ano a coisa correu bem, ficou equilibrada, mas no ano seguinte Beja desistiu e nós continuámos com Portalegre contra a vontade de muitos columbófilos e com razão, só se fez mais um ano, encontra-se inactivo. Para se fazer provas de fundo que dêem distâncias razoáveis para os dois Distritos tem que se fazer nordeste e aí Portalegre está na entrada dos pombos, portanto no outro ano quase ninguém quis. Quanto à relação com a Associação, foi digamos o suficiente, colaborou nas classificações e pouco mais, mas quem fosse para lá poderia fazer muito mais e não está a fazer fretes a ninguém, está a desenvolver o fundo do seu Distrito que tem columbófilos em quase todas as Colectividades e no fim todos ganhariam com isso.
CO – Leilões online, columbófilos e Derbies
Sebastião – Quanto aos leilões produzidos por empresas nada tenho a dizer sobre o assunto, já sobre os Derbies e leilões de columbófilos penso que deveria haver regulamentação por parte da Federação e Associações no sentido de que das verbas angariadas uma percentagem entrasse nos cofres das Associações e até da FPC em caso de Derbies com carisma nacional, mas sempre com licenciamentos apertados, são também estes os principais causadores de um certo abandono de columbófilos e carências várias das Colectividades que faziam do seu leilão anual o angariar de fundos do ano e o convívio salutar dos seus associados.
Os columbófilos aproveitam este espaço também para agradecerem àqueles que os têm ajudado ao longo do seu percurso e neste caso e nas palavras de Sebastião Letras: “Um agradecimento especial ao Claudino de Évora, ao Mestre Júlio Albuquerque e a Carlos Cordeiro”.
Uma pérola já bisneta do pombo base da colónia, e que já conta na sua carreira com alguns 1ºs Prémios
CO – Principais esquemas utilizados semanalmente?
Sebastião – Esquemas em que entre um recuperador, um preventivo semanal, dois tipos de vitaminas (um multivitamínico e um complexo B) e um adoçante.
CO – Entre as várias vertentes da columbofilia a que mais gosta?
Sebastião – Gosto acima de tudo do fundo e grande fundo
Machos borrachos treinam diariamente com os machos adultos, mas cada qual entra na sua secção. Fêmeas borrachas treinam com as adultas, no final de cada campanha os borrachos mudam de secção, passam para junto dos adultos logo divididos por categoria, se são das linhas de Fundo entram nos pombal de fundo e se forem de Vel e Mf nos respectivos pombais, ai permanecem, acasalados e criando um borracho até que são separados para fazerem a grande muda da pena.
Pombal de Reprodutores
Uma das Craques
Umas fantásticas volieres, que permitem uma vida saudável aos reprodutores
Uma das responsáveis pelas boas prestações, Linha Marcus Solner
Ninhos espaçosos e reprodutores reduzidos…foi uma boa aposta
O Columbofilia online pela primeira vez traz uma entrevista com alguns conteúdos diferentes do habitual, nomeadamente com alguma intervenção por parte do columbófilo e manifestação de sentimentos. O objectivo final será sempre o de debater a columbofilia, mas acima de tudo, vamos continuar a divulgar o columbófilo Português e muito em especial o Pombo Português. A localidade do Vimieiro, é bastante próxima do autor, pois foi ai que foi casar e ai também concorreu alguns anos em sociedade com o sogro. Ficaram alguns amigos e pessoas de confiança, Será sempre um prazer visitar esta rapaziada, conviver com eles e sempre que seja necessário ajudar no que estiver ao alcance, assim o farei. Um abraço para todos, neste caso em especial para Sebastião Letras & filhos e mesmo no final, saudações ao “Toto” e até breve…
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